Tenho muita saudades deste lugarejo mágico e praticamente intocável que pertence a uma faixa do litoral norte do estado de Alagoas. Não é nenhum complicômetro chegar lá, o vôo até Maceió é tranquilo e a estrada nada esburacada como tantas outras no Brasil. Ou seja, dá pra dar aquela fugida estratégica entre estações ( segredo de estado: fuja do Réveillon, Carnaval e verãozaço) e curta aquelas praias desertas, águas tépidas, de onde você não quer ir embora nunca.
São Miguel dos Milagres, Porto da Rua e Tatuamunha são apenas alguns dos nomes com os quais nos
familiarizamos após alguns dias perambulando por uma região conhecida como a Costa dos Corais.
Esta pequena faixa fica pertinho
da divisa com Pernambuco, está aninhada entre a Barra do Camaragibe e Porto de
Pedras. Ao longo de pouco mais de 20 quilômetros, emergiu uma rota ecológica de
rara beleza, pontilhada por coqueirais, praias inacreditavelmente desertas e minúsculas comunidades cujos habitantes se
dedicam a pesca, ao artesanato e , mais recentemente, ao turismo.
Naturalmente preservada graças
aos rios Camaragibe ao sul e o Manguaba ao norte, que garantem um
isolamento excepcional, esta região conseguiu se tornar referencia como
um destino privilegiado e por isto atrai uma nata diferenciada de visitantes,
que foge do lugar-comum e principalmente do turismo de massa, em busca de
exclusividade.
Não é de surpreender que, ao longo da última década foram
surgindo pousadas cada vez mais requintadas, com excelente nível de conforto,
atendimento personalizado, serviços de primeira qualidade e repletas de quesitos
- desde wi-fi gratuito a piscinas individuais em amplos chalés , camas king
size, televisão de tela plana e ar condicionado, entre outros mimos. As
diárias, é claro, também foram amoldadas ao luxo crescente, e durante as festas
de fim de ano costumam atingir a estratosfera.
Demos uma sorte danada de conseguir vaga na intimíssima Pousada da Amendoeira. Mesmo assim, foi uma experiência: ficamos em praticamente todos os chalés ( e só são 9) devido à falta de disponibilidade. Mas, a gente gostou tanto que não conseguimos ir embora depois de cinco dias e esticamos a estadia por mais 3 noites. Ainda assim, foi pouco...
Os bangalôs, a maioria de frente pra um aconchegante jardim e com vista para o mar, estão inserido com gosto e discrição, garantindo privacidade aos seletos hóspedes. Mesmo sendo de pequenas dimensões, esbanjam charme. Nota 10 também pra cozinha, variada, criativa, bem elaborada...O jantar, incluído assim como o café da manhã, merece destaque. Louvável, com múltiplas receitas saborosas. Come-se bem mesmo!
Os bangalôs, a maioria de frente pra um aconchegante jardim e com vista para o mar, estão inserido com gosto e discrição, garantindo privacidade aos seletos hóspedes. Mesmo sendo de pequenas dimensões, esbanjam charme. Nota 10 também pra cozinha, variada, criativa, bem elaborada...O jantar, incluído assim como o café da manhã, merece destaque. Louvável, com múltiplas receitas saborosas. Come-se bem mesmo!
Entre as comunidades, as
pitorescas vilas de São Miguel dos Milagres, Porto da Rua e Tatuamunha se destacam como polo artesanal, com várias
oficinas ladeando a rodovia, onde se pode comprar desde sandálias de couro a móveis,
talhas em madeira de diversos tamanhos, e objetos de decoração confeccionados a
partir da matéria-prima oriunda do coqueiro. O peixe-boi, este mamífero
bonachão cujo emblema está espalhado por toda a Costa dos Corais, também é
muito reverenciado pelos artesões, que o reproduzem em esculturas, desenhos e
enfeites. Além do artesanato, o local está ganhando fama graças a um micro universo
gastronômico que está brotando aos poucos dentro das melhores pousadas, que
possuem sua própria cozinha. A razão é muito simples: como quase não existem restaurantes
na redondeza, os proprietários tiveram que abrir espaço para servir refeições
aos seus hóspedes.
Rapidamente, os cardápios foram se tornando cada vez mais sofisticados e criativos, até que hoje um dos programas turísticos mais aprazíveis é reservar uma mesa no almoço ou no jantar para experimentar a cozinha do Chef de algumas das pousadas vizinhas. Não são poucas as influencias estrangeiras nas receitas, mas prevalece sempre uma profunda reverencia à culinária regional e ingredientes nativos. No segundo semestre do ano, por exemplo, pratos a base de lagosta fresca são preparados segundo o talento de cada cozinheiro!

Rapidamente, os cardápios foram se tornando cada vez mais sofisticados e criativos, até que hoje um dos programas turísticos mais aprazíveis é reservar uma mesa no almoço ou no jantar para experimentar a cozinha do Chef de algumas das pousadas vizinhas. Não são poucas as influencias estrangeiras nas receitas, mas prevalece sempre uma profunda reverencia à culinária regional e ingredientes nativos. No segundo semestre do ano, por exemplo, pratos a base de lagosta fresca são preparados segundo o talento de cada cozinheiro!
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Iguaria no restaurante No Quintal, delicada combinação de peixe com farofa e banana |
Fora degustar a boa comida e comprar
artefatos, ainda resta muito o que fazer ao invés de relaxar numa
espreguiçadeira de frente para o mar, e se deixar enfeitiçar pelo sussurro do vento que se enrosca no coqueiral. Quem
tem o privilégio de vir passar alguns dias de lazer neste oásis alagoano se
adapta rapidamente a esta filosofia de vida.
As intermináveis praias do Toque e do Patacho, além de Lages, disputam entre si os louvores, mas é impossível comparar : todas são sublimes, exuberantes, mágicas... E inesperadamente desertas, mesmo durante finais de semana, feriados prolongados e sob aquela temperatura constante de cerca de 30º . Apenas contemplá-las já é um deleite para os olhos, mas explorá-las através de caminhadas ou passeios de bicicleta merece constar como objetivo de qualquer turista. Nada polui o visual, nem mesmo a profusão de algas que são atiradas pelo mar e que permanecem na areia entre as marés. Não existe nenhuma barraquinha para tomar cerveja, nenhum ambulante vendendo água de côco, nada que atrapalhe a linha do horizonte, ao sul ou ao norte. Na maré baixa, surgem as piscinas translúcidas com águas tépidas, onde se pode mergulhar, nadar e curtir a fauna marítima. As jangadas, rústicas mas sempre carismáticas, são os ornamentos naturais no cenário bucólico de toda esta faixa do litoral nordestino.
As intermináveis praias do Toque e do Patacho, além de Lages, disputam entre si os louvores, mas é impossível comparar : todas são sublimes, exuberantes, mágicas... E inesperadamente desertas, mesmo durante finais de semana, feriados prolongados e sob aquela temperatura constante de cerca de 30º . Apenas contemplá-las já é um deleite para os olhos, mas explorá-las através de caminhadas ou passeios de bicicleta merece constar como objetivo de qualquer turista. Nada polui o visual, nem mesmo a profusão de algas que são atiradas pelo mar e que permanecem na areia entre as marés. Não existe nenhuma barraquinha para tomar cerveja, nenhum ambulante vendendo água de côco, nada que atrapalhe a linha do horizonte, ao sul ou ao norte. Na maré baixa, surgem as piscinas translúcidas com águas tépidas, onde se pode mergulhar, nadar e curtir a fauna marítima. As jangadas, rústicas mas sempre carismáticas, são os ornamentos naturais no cenário bucólico de toda esta faixa do litoral nordestino.
Aproveite esse cantinho do nordeste onde você vai curtir a baixa estação !
ResponderExcluirApologia muitíssimo merecida, a Amendoeira é um daqueles lugares que cativam nosso coração e nossa alma para sempre!
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