Mesmo com o céu encoberto, Torino
emana uma luminosidade própria capaz de dissipar até vestígios de chuva. Se tivesse que usar apenas um adjetivo para
descrever a capital do Piemonte, seria acolhedora.
Piazza San Carlo, formigueiro a qualquer tempo |
cena de rua |
Por falar em comida, a hora das refeições é sagrada na região do Piemonte, e Torino não escapa à regra, mesmo sendo uma metrópole onde as pessoas não desfrutam a siesta como nas cidadezinhas do interior.
No entanto,
a maioria das butiques e mesmo pequenos
supermercados de bairro fecham à 1:30 da tarde e só reabrem depois das 3:30,
quando os restaurantes cerram as suas portas depois do pranzo. Em compensação, o comércio
não fecha antes das 7 horas da noite. E se na sua agenda constar algum dos nomes
mais consagrados da culinária piemontese, lembre-se que é imprescindível fazer
reserva com alguns dias de antecedência a fim de obter uma mesa.
Não ficamos hospedados no hotel que realmente ficaria na memória, mas guardei o endereço de um muito legal que é pra reservar numa próxima visita a Torino. O NH San Stefano, embora pertença a uma cadeia, é uma originalidade. E também preza a sua situação. A fachada moderna e sóbria é um contraste com o ambiente
revelado no lobby, um tanto mais impressionante do que o décor tradicional. Mas, a surpresa é muito agradável. As suítes
são um luxo à parte, espaçosas e bem arranjadas. No último andar, tem um terraço e uma piscina.
Um pouco resguardado como localização, no bairro de Piazza Castello, não impede que
se explore tudo em volta a pé, pois o centro histórico está a pouco menos de 10
minutos.
Até mesmo para
almoçar. Do típico bicerín ( café
expresso com chocolate e creme) a tradicionais produtos caseiros, a reputação gastronômica desta região é lendária
e conta com pouca rivalidade no país.
A rotina do cidadão de Torino,
principalmente nos finais de semana, gira em torno do Centro Storico, onde precisamente
tudo acontece nas ruas transformadas em alamedas exclusivas para pedestres,
como é o caso da divina Via Roma,
habitualmente muito congestionada pelo tráfego
em dias úteis. A partir das 10
horas da manhã, faça sol ou chuva, a área toda fervilha com ares de
festividade. A Piazza San Carlo, que
data do século 17, e onde impera a estátua de Emanuele Filiberto montado em seu
cavalo, é um verdadeiro fluxo de gente e ponto de referência.
Galleria San Federico, próximo à via Roma |
Esta obra de arte é considerada como a melhor
estátua equestre italiana de todo o século 19.
Seguindo um itinerário padrão, você vai chegar na Piazza Castello,
Palazzo Madama e Palazzo Reale. Entretanto, deixe-se seduzir
pelas butiques estilosas ao redor da Via Roma e Via Lagrange, adornadas por arcadas e imponentes galerias,
como a de San Federico, onde até o cinema é um marco histórico.
Mercatto Central, um mundo à parte |
Basta caminhar um
pouco fora do circuito para se embrenhar em ruelas estreitas e desvendar
pequenas lojas e simpáticos cafés. O
rosário de piazzas é impressionante,
e algumas não podem faltar no seu itinerário. A Piazza Castello, palco do
primeiro senado da Itália e Piazza Vittorio Veneto, às margens do rio Po, são
apenas dois ícones célebres. A Piazza San Giovanni abriga a Catedral de Torino.
Não deixe de engatilhar esta visita com uma expedição ao impressionante Museu
do Cinema que se encontra à proximidade, e terminar o périplo fotografando a
Porta Palatina, uma das portas romanas mais preservadas do mundo. Se sobrar
fôlego, e ainda estiver dia, o Mercado Central emoldurado pela animada feira
livre está a poucos minutos dali e é a prova viva de que o espírito
hospitaleiro piemontese está presente em todos os ambientes.
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