sábado, 1 de julho de 2017

Llao Llao Hotel & Resort, San Carlos de Bariloche, Argentina


Um espetáculo original, para qualquer idade, o Mil Millas se realiza anualmente em San Carlos de Bariloche em novembro

                                                  
Apesar da chuva que caía sem cessar no final daquela tarde de sábado, uma pequena e animada multidão se aglomerava na frente do imponente hotel Llao Llao, em Bariloche. O clima era de festa: encerrava-se a l ´Aventura V, um rallye de carros antigos que  realiza  um circuito nestas latitudes patagônicas. Sempre na segunda semana de novembro ( 8-12 em 2017), este evento de âmbito internacional, mais alardeado como o Mil Millas Sport ou Mille Miglia ( numa clonagem proposital à tradicional prova que acontece anualmente no mês de maio na Itália) reúne participantes de vários países – inclusive do Brasil- que vêm disputar a competição munidos de suas maravilhosas máquinas antigas. Lépidas e faiscantes, surgem e ressurgem a cada ano relíquias fantásticas, desde uma Studebaker “Baquet” , de 1921, a uma Ferrari 365 GTB 4 de 1969, passando por vários modelos de Jaguar, Mercedes, Morgan, Alfa Romeo, Austin Healey e até de marcas pouco conhecidas como Lea Francis ou Institec.


O mítico Llao Llao, membro da cadeia Leading Hotels of the World e cartão postal de Bariloche
São cerca de 250 automóveis antigos, fabricados no início do século até o final da década de 60, que compartilham o imenso estacionamento do Llao Llao durante os cinco dias em que dura a prova. Emoldurados pelas águas esmeraldas do Lago Moreno e uma cordilheira de montanhas com picos nevados, estes tesouros sobre rodas formam um cenário cinematográfico.


Paisagem fantástica ornamenta a prova 




Para os espectadores, a impressão é que o tempo voltou atrás: não apenas os carros são relíquias do passado como os protagonistas – na maioria os orgulhosos proprietários dublês de piloto – que fazem questão de vestir-se a caráter, com a devida indumentária típica de meados do século. Não é raro cruzar com uma equipe trajando aqueles óculos de aviador, luvas, boné com tapa orelhas além de longas capas de couro. Além do Studebaker Baquet 1921 e outro de 1924, havia um Vauxhall  20/60 de 1926, um Bentley 4 ½ de 1928 e outro 1929.  



E os participantes são divididos em categorias. Há marcas históricas como a Alfa Romeo e Mercedes Benz, dois gigantes que venciam continuamente o circuito original do Mille Miglie Storica de Brescia até o início da Segunda Guerra Mundial.  Depois de 1957, a liderança passou a ser dividida com a Jaguar, a Ferrari e a Maserati. A prova ainda contou com outros tesouros sobre rodas, como  MG, Morgan, Singer, SS, Sunbeam, Torino, Delage, Cobra, BMW, Aston Martin, Volvo, Lea y Francis, Triumph e Bentley. 

 
Embora o ambiente do L’Avventura em Bariloche sempre tende a ser muito mais descontraído do que competitivo, o regulamento do rallye é bastante severo e a rotina é puxada. São 1.600 quilômetros a serem percorridos em três dias, ou seja, mais de 500 quilômetros por dia em terrenos variados.




 Considerando a fragilidade da maioria dos veículos, isto exige cautela - e destreza -  da parte dos pilotos. A jornada começa pontualmente às 7:30 da manhã e termina em torno das 18:30. São quase doze horas de duração, cumprindo um trecho diferente a cada dia.  Pelo caminho, os pilotos se submetem a vários check points. Conta pontos a regularidade muito mais do que a velocidade. Durante as três etapas, o ponto de partida e de chegada é invariavelmente o hotel Llao Llao e o itinerário abrange El Bolsón, El Hoyo e Esquiel; San Carlos de Bariloche, San Martin de Los Andes, Confluencia, Villa Traful, Villa La Angostura, Paso Cardenal Samoré e ainda incluiu um almoço em Termas de Puyhehue, no lado chileno.





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