sábado, 25 de fevereiro de 2017

Derag Living Hotel de Medici, Dusseldorf, Alemanha

Cartão postal da cidade, onde à beira-rio o pessoal costuma se reunir pra pedalar, caminhar e relaxar

Já fazia um tempinho que não pisava em Dusseldorf...Nem me lembrava de nada. Mas, como estávamos a caminho da região do Reno, valia a pena passar uma noite nesta cidade. Até porque o motivo principal pra gente pernoitar lá era pra comer um joelho de porco, o tal "eisbein ",  num dos restaurantes mais antigos da cidade. Vai, tem gente que galga distancias pra conseguir satisfazer a pança...


Então, entrei no booking e de cara me apeteceu um hotel cujo final terminava em Medici. Dava um ar de grandeza, respeitabilidade, sei lá...Afinal, porque um ilustre nome de família nobre italiana num hotel alemão? A tarifa era razoável para os padrões de cidade e dizia lá que eles tinham inaugurado há pouco tempo. Um mês atrás, pra ser mais preciso.
Suíte aconchegante do Derag

Pátio interno do hotel

A escolha foi boa. A Shirley ( desculpe, é mania de chamar a voz que sai do GPS de Shirley...é que às vezes " ela " me irrita) acertou bonitinho os ziguezagues típicos pra se entrar no centro e Dusseldorf e sem enigmas entramos no pátio interno do tal cinco estrelas que tem até uma fachada bem discreta, Mas, nada discretos eram alguns dos carrões estacionados bem na frente da portaria, tipo Porsche, Mercedes, Ferraris...Pensei com os meus botões que com o nosso calhambeque, eles iam mandar a gente estacionar no parking da esquina, pra não fazer feio.
Qual foi minha surpresa quando nos deixaram parar ali no recinto, com a maior amabilidade. Fiquei bem impressionada e gostei do atendimento. O hotel realmente cheirava a novo, o quarto era ótimo com todos os guerigueris modernos, um banheiro clean, pequeno mas perfeitamente funcional. Fora uma cama ótima. Gostei. Mas, o melhor de tudo é que o Derag fica praticamente dentro da Alt Stad - cidade velha, centro histórico, ou seja, também a poucos minutos a pé do movimentado rio Reno, onde o pessoal gosta de passear no final do dia, observando o movimento das embarcações.

Ou seja, pode deixar o carro estacionado dentro do recinto do hotel ! Coisa boa...sai pelo portão e você já está dentro da cidade velha, toda de pedestres, a passos dos restaurantes, bares, e comércio em geral. Ah, o que não falta são as choperias, com povo do lado de fora entornando litros...Todo uma atmosfera genuinamente germânica, A boa notícia é que se pode tomar chope a vontade que depois você não vai dirigir, volta andando pro hotel.




Além de boas compras ( sapatos, por exemplo, vale a pena...) ,  curti muito uma feira livre nas imediações, onde vendiam todo tipo de salsicha...Quem resiste? E frios que você nem sabia que existiam. Mas, afinal, é Alemanha, né?



terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Hotel Cocoplum Beach, San Andrés, Colômbia



Navio encalhado é um ícone de San Andrés

Vai ser engraçado contar sobre um lugar que não ficou registrado na memória com louros - muito pelo contrário - acho que o grande culpado foi mesmo...o tempo ruim. Ou seja, numa ilha do Caribe, em plena América Central, onde as coisas tendem a ser precárias ( instalações do hotel, por exemplo...) quando chove sem parar, você faz o que??

Vista da nossa suíte do Cocoplum

Ainda mais de frente pra uma praia semi deserta, onde realmente no (único ) dia em que apareceu o sol e o céu ficou azul, se tornou um lugar bárbaro, onde me estiquei numa espreguiçadeira e passei o dia tostando debaixo do maçarico...
 Até me animei, achando que nossa sorte ia mudar, mas em seis dias tivemos 4 de chuva intensa. Sair do Brasil pra ficar vendo tevê num quarto de hotel, a  milhas de distancia, bem frustrante.




Quando o sol aparece, a paisagem retoma todo o colorido

Tá, o visual é lindo, parece um cartão postal caribenho, mas só mesmo quando a meteorologia colabora. Eu tinha escolhido esse lugar paradisíaco em abril, sem me dar conta de que nesta época a região é fatalmente nublada a maior parte do tempo.
Um cantinho aconchegante do Cocoplum - na praia

Mas, entre ficar trancafiados dentro do quarto - aliás, uma suíte bem confortável no Cocoplum Beach, um hotel três estrelas bem situado e com boas intenções. Infelizmente, a comida não era boa - quando muito, razoável - o café da manhã parecia uma cantina,  e o hotel não tinha um lobby onde a gente pudesse ficar...quando chovia canivetes.
Quando parecia que ia melhorar o tempo, a gente saía do hotel pra explorar a ilha. Alugamos um utilitário 4x4 daqueles pequeninos, sem porta, só com uma lona como teto. E saímos rodando. Estrada única, esburacada, parando em vários pontos, algumas praias, porém o que me chamou mais a atenção era justamente a falta do que ver, nenhum vilarejo charmoso ou algo pitoresco.
Cocoplum é, de fato, um dos trechos mais aprazíveis de San Andrés. Tem um navio encalhado que é um visual peculiar, e que era a paisagem bem diante do nosso hotel. Tem gente que vai até lá de barco e aproveita pra mergulhar.



Beirando a estrada principal, as praias se alinham e estão sempre cheias nos finais de semana

Casebre abandonado - sobras do furacão

Uma manhã a gente se animou mesmo e fomos alugar uns jetskis pra dar um passeio até uma ilhota próxima. Um guia veio com a gente, felizmente, porque aqueles jetskis não eram de confiar. O do próprio guia enguiçou no meio do caminho...Coisas de San Andrés, onde parece que esqueceram  de fazer manutenção na infra.
Porém, é preciso lembrar que poucos anos antes a ilha tinha passado por um furacão. Mas, anos antes. Deveriam ter investido na recuperação, pois a impressão em muitos lugares é de abandono...Uma pena, pois na essência San Andrés tem seu charme. A água é translúcida, quentinha e a praia, pelo menos a de Cocoplum, um encanto.  Com sol.
Pelo menos, o spa do hotel era legal. Nos dias de chuva, fora ficar vendo como a bela paisagem se abalava debaixo da torrente de água, relaxávamos com uma boa massagem.
Ou seja, pelo menos uma coisa é certa: abril não é uma boa época do ano pra se passar férias no Caribe. Certamente numa outra data a gente teria curtido muito mais, pois uma ilha ensolarada, com uma praia estendida diante do hotel, em que você desliza diretamente da cama pra areia branca, não deixa de ser uma coisa boa. Enfim, nem sempre se pode acertar todos os quesitos. Cocoplum ficou na memória, mas não para celebrar aniversário.

Cocoplum é uma parte mais tranquila da ilha, mas ainda com muitas marcas do furacão

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Lady´s First Design Hotel, Zurique, Suíça


Só pro sexo frágil!

Elas batalharam tanto para serem tratadas “que nem homem” e agora o que a mulherada curte é gozar de um cantinho exclusivo, com tudo diferenciado e discriminado, onde macho não entra nem de fininho – e nem mesmo de filhinho.


E, por favor, não imaginem que se trata de algum tipo de hostel, ou organização beneficente, onde pode existir, de fato e por motivos práticos, uma segregação entre os gêneros. Nada disso: quem oferece a regalia em geral são estabelecimentos estrelados, de renome e grife.
Zurique é bem cosmopolita, terra do chocolate Sprungli na Banhoffstrasse ( quem nunca comeu este manjar dos deuses que o faça imediatamente quando chegar na cidade, porque nunca mais vai querer outra coisa quando se trata do quesito). Mas, prepara o troco, porque pelo sim, pelo não, compra meio quilo (custa uma nota preta) e  juro que não vai se arrepender. Ainda mais se você estiver solteira, que dá aquela vontade de comer chocolate e resolver curtir um pouco um clube de luluzinha. Outra vantagem ( do hotel, não do chocolate), saiba que está bem pertinho de uma outra atração zuriquense - o lago. Bem bonito fazer caminhadas, mesmo no inverno...Os cisnes estão sempre por perto, ornamentando a paisagem.



No butique design hotel Lady´s First  em Zurique, na Suíça, tudo é helvéticamente discreto , desde a fachada do prédio, a entrada e o lobby.  O décor é uma mescla entre o  austero, o clean, o moderno e o simétrico. Quando abriu as portas, há mais de uma década, o hotel era exclusivamente para senhoras. Porém, com o passar dos anos, cedeu às pressões (só que nem mesmo a diretoria consegue explicar ao certo de onde vieram estas pressões) e hoje mantém apenas o 4º andar com 4 suítes como um Lady´s Floor




Nos quartos em estilo mansarda, tem tv de plasma, wi fi e, claro,  todos os apetrechos indispensáveis no banheiro. Tudo impecável. E é justo no quarto andar que fica também o wellness center onde, aí sim, só entra luluzinha. Lá dentro, podem perambular pelo hamman, relaxar na sala de repouso e tomar banho de sol no terraço sem se preocupar com a aparência. Quer coisa mais gostosa? E caso alguém queira armazenar algum mancebo para passar a noite, precisa se mudar para um andar misto... Antes das 23:30, que é quando a concierge passa a chave no trinco da porta de entrada.

roupões felpudos distribuidos no spa



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Nira Alpina, St Moritz, Suíça


O White Turf ( Turfe Branco) é um evento equestre de âmbito internacional, que se realiza anualmente desde 1907 em St.Moritz, uma estação de esqui suíça mundialmente famosa, localizada no cantão dos Grisons.
E´ meio dia de um domingo de fevereiro e o termômetro marca 13 graus abaixo de zero. O céu está encoberto e de quebra sopra uma implacável bise, nome que se dá ao vento gelado que entranha nos ossos.  Mas, nada disso parece ser o bastante para desmotivar qualquer pessoa no meio da multidão de espectadores entusiasmados que se aglomerava em volta do hipódromo montado encima do lago congelado de St Moritz. 




Prova de skikjoring, a mais emocionante de todas!
O motivo? O “ White Turf” ( turfe branco ou turfe na neve) tradicional e espectacular evento esportivo  que se realiza há mais de um século nesta sofisticada estação de esqui suíça. Os três últimos domingos de fevereiro marcam a ocasião em que centenas de pessoas, entre competidores, turistas, aficionados e jornalistas de vários países, comparecem para prestigiar este acontecimento único no gênero e palco para uma competição equestre de rara beleza.

Os competidores oriundos de toda a Europa vem disputar importantes prêmios em dinheiro, pois o evento conta com patrocinadores de peso, como Piaget, BMW e alguns bancos suíços. Isto garante ao cavalo vencedor a quantia de 100 mil francos suíços, a maior premiação da temporada, numa prova clássica e convencional de dois mil metros. Por outro lado, o “turfe branco” conta com outras tres modalidades bem menos convencionais : a  “Trabrennen”, uma corrida de 1900 metros com levíssimos trenós puxados por um trotteur, cavalo trotador que entra em fase de treinamento já adulto e participa exclusivamente deste tipo de prova. Cada jóquei fica acomodado num pequeno assento e encontra o seu equilíbrio apoiando os pés nos estribos da estrutura. Uma terceira prova, a “Hurdenrennen”,  é uma belíssima corrida com obstáculos na pista.
Ski-in/ski-out é privilégio de quem se hospeda no Nira Alpina



St. Moritz pode ser considerado uma celebridade em si. Porisso, você pode contar as estrelas do firmamento quando se trata de hospedagens de luxo na região da Alta Engadina. Tem a rodo.  Mas, o que faltava era um hotel ski-in, ski-out e o Nira Alpina surgiu recentemente no cenário para a grande alegria de quem adora acabar o café da manhã, calçar os esquis e ser um dos primeiros a estrear a pista.
Cenário alpino desde o Nira Alpina

 Lá de cima, você está ao pé do Mt. Corvatsch, a 1870 metros de altitude, e a apenas 5 quilômetros da cidade.  Na suítes mais altas, a vista se debruça sobre um cenário feérico. Este hotel, membro da cadeia Design Hotels, também é reputado como templo gastronômico. Note que até do spa você tem vista privilegiada - leia-se um tapete de neve desde a piscina aquecida. Ainda assim, deixe a sua suntuosa suíte por algumas horas e vá ver o turfe de pertinho, misture-se com toda a gente e deixe-se imbuir pela atmosfera, porque é um espetáculo que merece ser apreciado nos mínimos detalhes. 
O cenário que emoldura a prova é cinematográfico...

Sem dúvida, o ponto culminante de todo o “White Turf” é mesmo a prova de “skikjoring”, modalidade na qual os jóqueis são nada menos do que esquiadores puxados por cavalos, atingindo uma velocidade de pico de até 50 km/hora. Embora pareça uma brincadeira de criança, a prática de “skikjoring” requer dos competidores habilidade, coragem e competência, pois é uma prova bem perigosa, principalmente no momento da largada e durante a primeira curva, quando todos os esquiadores se acotovelam para obter uma posição mais avantajada. Qualquer descuido resulta numa queda no meio da tropa e, no pior dos casos, o cavalo que vem atrás pode até causar um acidente fatal.


Prova com cavalo trotador, muito controle e experiência





Altamente conceituada no meio equestre, esta prova conta com 12 esquiadores que devem percorrer um traçado de 2700 metros em pouco menos de 10 minutos. A primeira competição de “skikjöring”  ocorreu no ano de 1906, quando 13 cidadãos engadinenses, munidos de seus cavalos e esquis, tornaram-se os pioneiros deste esporte na neve. Reunidos na Postplatz de St. Moritz, iniciaram uma corrida de ida-e-volta até Champfér, cobrindo uma distancia de dez quilometros. Puxado pelo seu alazão irlandês, venceu o legendário Philip Mark, chefe de polícia local, com exatos 20 minutos e 22 segundos. Esta corrida, que une o cavalo ao exímio esquiador, foi a precursora para as futuras competições nesta sofisticada estação de inverno, sede dos Jogos Olímpicos de 1928 e 1948.

Em volta do hipódromo o ambiente é festivo, onde borbulha uma verdadeira feira de produtos suíços, como venda de relógios e vestuário de esqui, além de estande de carros de luxo e barraquinhas que servem taças de champagne, ostras frescas, raclette, risotto,  e muitas outras iguarias regionais. Entre uma prova e outra, os espectadores aproveitam para amenizar o frio tomando um vinho quente, comer um cachorro quente ou - como em qualquer outro hipódromo do mundo -  apostar.... A sorte pode bater, até mesmo em temperaturas abaixo de zero.

Indescritível é o som das ferraduras martelando no gelo...

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Martinis Marchis Heritage Hotel, Maslinica, Croácia


A cidade de Trogir é uma das mais pitorescas da costa da Dalmácia, na Croácia

Muito embora já tivesse velejado duas vezes na Croácia, foi com muito entusiasmo que decidi embarcar em mais uma aventura pela costa da Dalmácia, até porque eu não conhecia nenhum dos lugares assinalados no roteiro. E, porque não admitir, estava morta de curiosidade em passar uns dias a bordo de um gulet.
Ancorado em Maslinica, longe do burburinho

Um parêntese: um gulet é um tipo de escuna de origem turca, toda em madeira, com dois mastros, e que pode variar entre 14 a 35 metros de comprimento. Em geral, por ser um barco pesado, as velas acabam sendo substituídas pelo motor. De origem pesqueira e comercial,  estão presentes no Adriático e no Mediterrâneo. No entanto, de uns anos para cá, entraram na moda como embarcações para levar turistas a passeio.

Não demorou para que dali em diante, a maioria passasse por reformas para atender a crescente demanda por charter - de fato, transportar gente ao invés de peixes ou mercadorias se tornou um business mais rentável. Mas, para isso, os gulets precisaram se transformar em embarcações de alto luxo,  projetadas especificamente para aluguel: adaptaram o interior, o convés e a popa, instalaram amenidades como ar condicionado nas cabines, internet a bordo e reestruturaram os  banheiros. De um modo geral, tudo se tornou ultra confortável e funcional.
Pequeno barco de pescador no porto de Maslinica

Dona de 1185 ilhas, das quais apenas 47 são habitadas, a Croácia é a rota ideal para quem gosta de explorar mares pouco navegados a menos de duas horas de vôo das principais capitais europeias. Esta pequena República, com cerca de 5 milhões de habitantes, surpreendeu a todos por se tornar, em apenas duas décadas, o destino da moda para se passear de barco.

A costa da Dalmácia é   um dos litorais mais bonitos do Adriático.  Split é a cidade que é porta de entrada da maioria dos turistas que visita a Croácia.  Um conselho: não leve todo o seu guarda-roupa para um cruzeiro, já que se passa o dia todo de roupa de banho e a noite o vestuário se resume a shorts, bermudas, calças e camiseta.  Eventualmente, pode chover, até mesmo cair um temporal, mas o clima nesta parte da Europa é bastante privilegiado.

Hvar : vista do castelo 
 

Na primeira manhã, mochila nas costas e máquina fotográfica em punho, saltamos na pitoresca ilha de Brac, onde o ritmo intenso da civilização ficou a milhas náuticas dali. O progresso chegou, sim, mas com lojinhas de turistas, lembrancinhas típicas... De resto, os habitantes ( e os turistas, por tabela)  aderem a uma pacata rotina, e ficam preguiçosamente sentados na soleira de suas casas vendo a vida passar ou descansando  em alguma konoba -  taverna local - debaixo de uma árvore, aproveitando uma sombrinha, tomando um café ou beliscando qualquer coisa.

A charmosa ilha de Vrac



No segundo dia, chegamos até o agitado cais de Hvar, vilarejo famoso pelo seu castelo encravado no topo de uma colina. O centrinho pululava de turistas, que andavam de um lado ao outro pelas ruelas estreitas, subindo e descendo escadarias sem fim. A profusão de lojas de grife num lugar tão pequeno  supera a expectativa! O dia estava com clima variável e nos surpreendeu com chuva, sol, calor infernal e um céu muito azul para apreciar a vista lá de cima das muralhas.  Naquela noite, fomos jantar num restaurante local. Os pratos típicos da costa da Dalmácia não são muito variados.

 Nas ilhas com maior movimento, come-se razoavelmente bem, podendo escolher entre dezenas de estabelecimentos que servem praticamente tudo daquilo que se espera em lugares frequentados por turistas de várias nacionalidades: a infalível pizza, massas e sorvetes. Fora isso, a opção se resume aos frutos do mar e peixe. Mas, pasme! este é sempre o item mais caro do cardápio. Vale ressaltar que o Adriático é lindo, porém longe de ser piscoso. Ou seja, eles botam na frigideira qualquer coisa que nade. Uma ressalva: não deixe de experimentar o delicioso prsut ( pronuncia-se...na verdade, não! não tente pronunciar, pois os croatas são gulosos e na hora de criar seu alfabeto engoliram quase todas as vogais!). Mas saiba que se trata de um presunto defumado e um dos típicos produtos da Croácia.

A piscina do Martinis Marchis

A vista de uma das amplas suítes 

 Há quem prefira ( eu, por exemplo!)  a calmaria de ilhas menos frequentadas, como a bucólica Solta, onde ancoramos para a nossa penúltima noite. No minúsculo porto de Maslinica, não havia movimento algum. Valeu, no entanto, a visita a um hotel butique dos mais insólitos, o Martinis Marchi, um antigo castelo cuja construção data de 1706. A diária, no entanto, é bem moderna: cobram cerca de 3 mil euros por dia, mas as acomodações podem chegar a 300 metros quadrados.


Na última noite a bordo do gulet, jogamos âncora em Trogir, um ícone histórico do Adriático que atrai muitos turistas, pois se assemelha a Dubrovnik em miniatura.  Embora o fluxo de turismo tenha saltado para números astronômicos , a Croácia ainda se mantém um pouco tímida e arraigada às suas tradições. 

A maioria dos habitantes não fala outro idioma, mas felizmente os cardápios são impressos em inglês, francês, alemão e espanhol. No fim das contas, acaba dando tudo certo, pois existe boa vontade da parte deles e nada como alguma mímica e muitos sorrisos para conseguir se comunicar. E, como são totalmente fanáticos por futebol, a simples menção de ser brasileiro é suficiente para desatar qualquer nó na comunicação e ser atendido com o máximo de simpatia croata.

Veleiro nas águas plácidas do Adriático

Valeu navegar num barco mega luxuoso durante quatro dias, num país de cultura milenar e costumes enraizados, que tem nada menos do que 5789 kms de costa, emoldurados por uma natureza ainda intocada e um mar límpido de águas azuis, com uma infinidade de baias para pernoitar. Na verdade, este cruzeiro foi apenas uma pequena amostra, pois sem dúvida ainda resta um amplo território a ser descoberto no belo e surpreendente litoral da Croácia.