![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqPh50HMKeyvqk1FjQVNQH3Mo4UCu824M1zFMWeTQV4qLN7-dEja8XoSHDjv-gZ60Khya4AoWfKBPganx-hWonqv-KSoqiBHciIeb-rOzXcmKOeDmQUtvg3B2O_LadGXKHvdQ8Ie3-VxIJ/s640/IMG_9782.JPG) |
A cidade de Trogir é uma das mais pitorescas da costa da Dalmácia, na Croácia |
Muito embora já tivesse velejado duas vezes na Croácia, foi com muito entusiasmo que decidi embarcar em mais uma aventura pela costa da Dalmácia, até porque eu não conhecia nenhum dos lugares assinalados no roteiro. E, porque não admitir, estava morta de curiosidade em passar uns dias a bordo de um gulet.
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Ancorado em Maslinica, longe do burburinho |
Um parêntese: um gulet é um tipo de escuna de origem turca, toda em
madeira, com dois mastros, e que pode variar entre 14 a 35 metros de
comprimento. Em geral, por ser um barco pesado, as velas acabam sendo
substituídas pelo motor. De origem pesqueira e comercial, estão presentes no Adriático e no
Mediterrâneo. No entanto, de uns anos para cá, entraram na moda como
embarcações para levar turistas a passeio.
Não demorou para que dali em diante,
a maioria passasse por reformas para atender a crescente demanda por charter - de
fato, transportar gente ao invés de peixes ou mercadorias se tornou um business
mais rentável. Mas, para isso, os gulets precisaram se transformar em
embarcações de alto luxo, projetadas especificamente
para aluguel: adaptaram o interior, o convés e a popa, instalaram amenidades
como ar condicionado nas cabines, internet a bordo e reestruturaram os banheiros. De um modo geral, tudo se tornou
ultra confortável e funcional.
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Pequeno barco de pescador no porto de Maslinica |
Dona de 1185 ilhas, das quais
apenas 47 são habitadas, a Croácia é a rota ideal para quem gosta de explorar
mares pouco navegados a menos de duas horas de vôo das principais capitais europeias.
Esta pequena República, com cerca de 5 milhões de habitantes, surpreendeu a
todos por se tornar, em apenas duas décadas, o destino da moda para se passear
de barco.
A costa da Dalmácia é um dos
litorais mais bonitos do Adriático. Split é a cidade que é porta de entrada da maioria dos turistas que visita a Croácia. Um
conselho: não leve todo o seu guarda-roupa para um cruzeiro, já que se passa o
dia todo de roupa de banho e a noite o vestuário se resume a shorts, bermudas, calças
e camiseta. Eventualmente, pode chover,
até mesmo cair um temporal, mas o clima nesta parte da Europa é bastante
privilegiado.
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Hvar : vista do castelo |
Na primeira manhã, mochila nas costas e máquina
fotográfica em punho, saltamos na pitoresca ilha de Brac, onde o ritmo intenso
da civilização ficou a milhas náuticas dali. O progresso chegou, sim, mas com
lojinhas de turistas, lembrancinhas típicas... De resto, os habitantes ( e os
turistas, por tabela) aderem a uma
pacata rotina, e ficam preguiçosamente sentados na soleira de suas casas vendo
a vida passar ou descansando em alguma konoba -
taverna local - debaixo de uma árvore, aproveitando uma sombrinha,
tomando um café ou beliscando qualquer coisa.
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A charmosa ilha de Vrac |
No
segundo dia, chegamos até o agitado cais de Hvar, vilarejo famoso
pelo seu castelo encravado no topo de uma colina. O centrinho pululava de
turistas, que andavam de um lado ao outro pelas ruelas estreitas, subindo e
descendo escadarias sem fim. A profusão de lojas de grife num lugar tão
pequeno supera a expectativa! O dia
estava com clima variável e nos surpreendeu com chuva, sol, calor infernal e um
céu muito azul para apreciar a vista lá de cima das muralhas. Naquela noite, fomos jantar num restaurante
local. Os pratos típicos da costa da Dalmácia não são muito variados.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOExl0SXQIeH1TWhb1ldETElTNKt7zTZWfDjWsIvrGeWiM4A1wT6E0KgxzLnGBphk-N0wUZbwzSBL2cwPYGhm6dzfu8UWQVZVt77EZvonyUmrjh4GbVss_rJ6Pzc2zdU21fHyUeT0Z3V-6/s320/IMG_9621.JPG)
Nas ilhas
com maior movimento, come-se razoavelmente bem, podendo escolher entre dezenas
de estabelecimentos que servem praticamente tudo daquilo que se espera em
lugares frequentados por turistas de várias nacionalidades: a infalível pizza,
massas e sorvetes. Fora isso, a opção se resume aos frutos do mar e peixe. Mas,
pasme! este é sempre o item mais caro do cardápio. Vale ressaltar que o
Adriático é lindo, porém longe de ser piscoso. Ou seja, eles botam na
frigideira qualquer coisa que nade. Uma ressalva: não deixe de experimentar o
delicioso prsut ( pronuncia-se...na
verdade, não! não tente pronunciar, pois os croatas são gulosos e na hora de
criar seu alfabeto engoliram quase todas as vogais!). Mas saiba que se trata de
um presunto defumado e um dos típicos produtos da Croácia.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0wVAJrBCnKjumRiPc3xyT-mIt48EfE4lMzaAPYUq9pu_01Q7HiLClAIlDPcuPQY9ZNZrdvliV0Cp-kfOVMswRQQ4GDGfsJXJqTxHb1OLC4EralhlqMCh7IsWWt_hiZi7-HwaYhK5mizER/s320/IMG_9758.JPG) |
A piscina do Martinis Marchis |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPOiUyb0eX3mFaU1kr_cmjZqBn6frKFMaxIzuMW1nUEjq2JVhy45A3P77LwlTK8KNCaY7xdEgBrJ7n6FFY85VDL8W4jRfh8U2W-sWUXPyF1Il5k1ANhSbm3XqoSN_m3wRLW9v8Xasp-vju/s320/IMG_9761.JPG) |
A vista de uma das amplas suítes |
Há quem prefira ( eu, por exemplo!) a calmaria de
ilhas menos frequentadas, como a bucólica Solta, onde ancoramos para a nossa
penúltima noite. No minúsculo porto de Maslinica, não havia movimento algum.
Valeu, no entanto, a visita a um hotel butique dos mais insólitos, o Martinis
Marchi, um antigo castelo cuja construção data de 1706. A diária, no entanto, é
bem moderna: cobram cerca de 3 mil euros por dia, mas as acomodações podem
chegar a 300 metros quadrados.
Na
última noite a bordo do gulet,
jogamos âncora em Trogir, um ícone histórico do Adriático que atrai muitos
turistas, pois se assemelha a Dubrovnik em miniatura. Embora o fluxo de turismo tenha saltado para
números astronômicos , a Croácia ainda se mantém um pouco tímida e arraigada às
suas tradições.
A maioria dos habitantes não fala outro idioma, mas felizmente
os cardápios são impressos em inglês, francês, alemão e espanhol. No fim das
contas, acaba dando tudo certo, pois existe boa vontade da parte deles e nada
como alguma mímica e muitos sorrisos para conseguir se comunicar. E, como são
totalmente fanáticos por futebol, a simples menção de ser brasileiro é
suficiente para desatar qualquer nó na comunicação e ser atendido com o máximo
de simpatia croata.
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Veleiro nas águas plácidas do Adriático |
Valeu navegar
num barco mega luxuoso durante quatro dias, num país de cultura milenar e
costumes enraizados, que tem nada menos do que 5789 kms de costa, emoldurados
por uma natureza ainda intocada e um mar límpido de águas azuis, com uma
infinidade de baias para pernoitar. Na verdade, este cruzeiro foi apenas uma
pequena amostra, pois sem dúvida ainda resta um amplo território a ser
descoberto no belo e surpreendente litoral da Croácia.
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