quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Antiq Palace Hotel & Spa, Ljubljana, Eslovenia

A capital da Eslovênia é uma caixinha de (boas) surpresas, mas ainda não foi invadido pelo turismo de massa.

Sempre gostei de conhecer lugares que mal constam do bucket list da maioria das pessoas.  Fico empolgada quando menciono o nome de uma cidade e  me olham como se eu estivesse falando de um novo planeta. 

Pedestres passeando entre as Três Pontes, ícone da cidade e onde se aglomeram a maioria dos turistas




 A capital da Eslovênia se encaixa perfeitamente nesta categoria: Ljubljana já começa pela dificuldade de pronunciar , nunca sei direito qual é a maneira correta. O jota é mudo ou não? Só dá pra saber quando você aterrissa lá e o motorista de táxi começa a trocar idéias num inglês perfeito e no meio do discurso sai "iúbianá"  em português rudimentar. Pelo menos foi o que tentamos imitar durante toda a viagem. Mas, não dá mesmo não. O idioma eslovêno é indecifrável. 
Felizmente, devido à sua posição geográfica, estrategicamente fronteiriça com a Áustria, a Hungria, a Itália e a Croácia.  Resultado? Falam alemão, italiano, croata, húngaro e ainda descascam o inglês e o francês. Pronto: ninguém tem como desculpa dizer que não vai para este país do leste europeu porque não vai entender bulhufas. Se bobear, hoje a maioria da população local – pouco menos de 300 mil -   já arranha até o espanhol e o português.

Me encantei com a cidade imediatamente, antes mesmo de descer do táxi que nos deixou defronte a um edifício antigo, bem conservado e imponente,  e que viria a ser o Antiq Palace Hotel & Spa. De fato, o que  se transformou num cinco estrelas foi outrora a residência de uma família nobre e sua construção data do século 16.


 Não é à toa que o ambiente ainda conserva aquela áurea de aristocracia...Um belo pátio interno, um labirinto de salões e salas para você se perder, e corredores e desníveis  que fazem você até confundir o andar. Vários objetos de época decoram cada cantinho, mas o mais agradável é a gentileza de toda a equipe. A atenção que nos prestaram realmente configurou em poucos minutos aquela primeira impressão de que os eslovenos sabem ser generosos quando se trata de hospitalidade.
Os aposentos – não tem outra palavra pra descrever as acomodações deste antigo palacete – são algo surpreendente, pois extrapolam a dimensão de qualquer suíte júnior ou algo semelhante. Nosso quarto devia ter pelo menos uns 100 metros quadrados, divididos entre um verdadeiro salão de festas ( sério, um salão que poderia facilmente entreter umas cinquenta pessoas) e o dormitório propriamente dito. 

A vista panorâmica da cidade vista do alto da colina, onde fica o castelo.

Pátio interno do Antiq Palace, com muito charme e privacidade

No entanto, o banheiro era mínimo. Parecia que a ornamentação ainda pertencia ao passado, sendo que alguém foi dando um retoque de luxo em alguns quesitos pra tornar os espaços compatíveis com o critério de hotelaria. Mas, isso não é reclamação: o hotel é excelente, mesmo sendo um pouco retrógrado, estilo velha guarda. Pode ser que, com o passar do tempo, ele adquira um torque mais moderno e prático.
Não é por nada que comparam Ljubljana com a Veneza do leste, embora eu diria que está mais pra Brugges ou Amsterdam.  Tem pontes pra todo lado, com destaque pra o Triple Bridge, que são três pontes interligadas muito interessantes do ponto de vista arquitetônico. Os canais são navegáveis, todo mundo vai curtir um passeio de barco e o centro pedestre é fascinante. Como toda cidade medieval, o castelo fica no alto da colina e é palco não somente para uma vista fascinante mas inclusive abriga um museu onde é possível ver exposições bem interessante. Quando estive lá, vi uma mostra fantástica de fotografias.

Programa obrigatório: de barco pelo canal

Teatros e museus fazem parte do cenário cultural da cidade, assim como as imperdíveis feiras livres e de antiguidades, onde se absorve muito os hábitos locais. Não dá para não se deixar contagiar pelo espírito festivo e alegre dos eslovenos, sempre de bem com a vida.  Em volta das praças se aglomeram centenas de pessoas, sentadas nos vários restaurantes. A comida, aliás, é uma mescla de todas as gastronomias dos países fronteiriços. O wiener schnitzel eslovênio – vulgo bife a milanesa, não deixa nada a desejar ao seu semelhante austríaco e as massas estão à altura de qualquer pasta italiana... No verão, quando os dias são longos e as noites quentes, é muito comum o público se reunir em volta das praças para ouvir música ao vivo, principalmente próximo  aos bares.  A turma gosta de uma cervejinha gelada e a animação é contagiosa. Logo quando as primeiras luzes  se acendem, a cidade é invadida por um clima feérico e alegre.
 
Bife à milanesa gigante : igual ao Wiener Schnitzel, iguaria que pulou a fronteira.







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