terça-feira, 29 de novembro de 2016

Hotel Toca do Marlin, Santo André, Porto Seguro, Bahia


Para conciliar diversão em terra e mar, cercado pela amplidão da praia deserta.

Vou continuar na Bahia, porque ela dá pano pras mangas...Vamos então para Porto Seguro e seguir viagem. Uma balsa separa a pequena vila de Santo André da agitação de Porto Seguro. Mas é curto o trajeto entre as areias movimentadas até esta região de praias desertas que compõe um dos cenários mais bonitos do sul da Bahia.


 Basta uma curta travessia saindo de Santa Cruz Cabrália e pronto, já é possível sentir toda a tranqüilidade que reina na outra margem. A começar pela própria vila em si, que reflete uma atmosfera pacata em qualquer época do ano. 

A partir dali, a sensação é de que é possível mergulhar (no caso, se quiser, pode até ser literalmente) em um universo completamente engajado com a natureza. Mas as atividades tanto podem ser no mar como na terra.
Praia de Santo André, deserta a maior parte do tempo graças à localização privilegiada


A região é famosa pela pesca do marlin, aquele peixe enorme, capaz de atingir mais de 300 quilos, e que garante levantar a auto-estima de qualquer aficionado pelo esporte. Existe todo um serviço de apoio. 
Passeios a cavalo na praia deserta é um atrativo único

Outro atrativo são as piscinas naturais do recife de  Araripe: veleiros e traineiras saem de diferentes locais nas cercanias para levar os turistas e mergulhadores até estas águas límpidas. Na cidade vizinha de Belmonte, a apenas 20 quilômetros ao norte pelo asfalto, são realizados campeonatos de surfe. Lá, o mar tem ondas fortes. Por outro lado, ao longo dos 7 quilômetros de praia deserta que se estendem do vilarejo de Santo André até esbarrar na Ponta de Santo Antonio, onde fica a foz do rio do mesmo nome, pratica-se com afinco um outro tipo de atividade, quase inusitado em faixas de areia brasileira: são as cavalgadas à beira-mar durante a maré baixa.
Toca do Marlin e a piscina de frente para a praia


Aos amantes da pesca e apaixonados por cavalos, saibam que na praia das Tartarugas dá para conciliar estas duas modalidades distintas dentro de um mesmo pacote de férias. Por incrível que pareça, há oportunidade para submeter-se até mesmo a clínicas para aperfeiçoar a técnica de montaria.

 E, já que há diversão para todos os gostos, nunca haverá conflito de interesses: ou sai-se para pescar, nadar ou mergulhar, ou calçam-se as botas. A sede do haras, onde são criados cavalos lusitanos da mais alta patente, está vinculado a um dos resorts mais exclusivos do litoral baiano, o Toca do Marlin. As suítes, apenas 10, diferem - e muito ! -  das dimensões padronizadas : 85 metros quadrados cada, ou seja, maior que muito apartamento de três quartos. As camas, king size, é óbvio, tem controle eletrônico e travesseiros suíços.  A fim de acrescentar um diferencial ao já farto leque de serviços, o resort introduziu os passeios a cavalo. A praia, que felizmente é daquelas que sempre estão desertas, propicia o terreno ideal para galopar descontraidamente.
Um programa feito sob medida até para quem não tem experiência

 Mesmo quem não está habilitado pode tentar montar, pois será devidamente assessorado por um profissional.  Alguém que, em algum momento, sonhava ser possível conjugar a pratica de equitação com o cenário marítimo vai conseguir realizar o seu desejo. E ainda vai se surpreender. O picadeiro e alguns piquetes estão literalmente fincados na areia e os animais, uma vez na praia, tão familiarizados com as ondas que sequer hesitam em entrar no mar se assim o cavaleiro mandar. Para quem nunca teve a experiência de galopar numa praia deserta, é garantido que terá uma das sensações mais prazerosa de sua vida. 

Os piquetes têm vista para o mar

domingo, 27 de novembro de 2016

Hotel & Spa Rosa Alpina , San Cassiano in Badia, Itália


Por-do-sol nas Dolomitas

Quando recebi o convite para participar de um ski safari nas Dolomitas, aquela magnífica cadeia de montanhas aninhada entre a Áustria e a Alemanha,  mas que pertence à Itália, é óbvio que eu não esperava dar de cara com manadas de elefantes ou girafas nas pistas. 


Alguns dos cenários mais fascinantes deste planeta - pelo menos na minha opinião - estão inseridos nos 1200 quilômetros de domínio esquiável, emoldurado por picos imensos que variam de cor conforme a luz do dia. Além da beleza natural, é o sonho de qualquer esquiador: dá pra passar duas semanas inteiras sem repetir um só pista!

Porisso, o termo "safari" se encaixa perfeitamente como definição, porque pressupõe aventura. A boa notícia é que qualquer um com uma performance média pode se engajar sem susto. Este programa de 4 dias ( ou mais, se quiser) é idealizado sob medida por experts: traça um itinerário pelos vales de Gardena, Fassa, Livinallongo e Badia, com paradas estratégicas nos restaurantes de altitude, também conhecidos como rifugios


Ah, esqueci de mencionar que a gente iria pernoitar nestes rifugios, cabanas de madeira que foram totalmente remodeladas e se transformaram em pousadinhas muito aconchegantes. Alguns estão tão remotos que só se chega lá de snowmobile ou de esqui. Uma emoção a mais... A vantagem é que como tem poucos quartos ( todos com banheiro privativo, cama macia e calefação) você janta bem, toma todas, vai dormir e de manhã, depois de tomar um bom café, consegue ser o primeiro a descer na pista, antes do resto dos esquiadores conseguirem chegar até aquele ponto, em geral isolado no alto da montanha, longe do mundo mais insensato.


Anota no seu caderninho: as  estações de esqui nas Dolomitas abrem no dia 5 de dezembro ( com ou sem neve, pois a tecnologia resolve o problema de São Pedro, caso não haja muita neve) .  São 1200 quilômetros de área esquiável o que o torna o maior domínio de toda a Europa. Não é à toa que a região é um Patrimonio Mundial...Dá pra esquiar uma semana inteirinha sem repetir pista. Tudo emoldurado por uma paisagem sedutora, formada por bosques, picos e falésias imponentes.

As Dolomitas também são famosas pela culinária. A mescla entre a gastronomia austríaca e italiana é perfeita e rende pratos saborosíssimos. Esta é uma das palavras-chaves do ski-safari, pois o programa inclui experiências gulosas em vários restaurantes de montanha, onde são servidas especialidades regionais, além de servirem vinhos fantásticos. Pode comer sem culpa, pois esquiar queima calorias e no mínimo você vai ficar com os esquis nos pés por umas 6 horas a cada dia.




A nossa suíte do Rosa Alpina, com direito a lareira, sauna...
Nossa jornada começou no vilarejo de San Cassiano, onde moram cerca de 1000 pessoas e só tem uma rua principal. No entanto, abriga um dos hotéis mais sofisticados de todo a Itália, o Hotel & Spa Rosa Alpina,

um Relais & Châteaux que é um verdadeiro achado nas alturas. Por fora, não parece ser nada mais do que um chalé de extremo bom gosto, inserido perfeitamente no contexto deste rústico oásis encravado no coração da Alta Badia. Mas quando você entra....

Do fundo do meu coração, eu gostaria de ter passado mais tempo hospedada naquele hotel. Também, pudera: nossa suíte era gigantesca, com uma lareira, uma sauna a vapor, uma banheira aparente que permitia você enxergar o lado de fora, um terraço com uma espreguiçadeira, uma king size, roupões felpudos...Sair daquela conforto pra quê??

E´ uma tentação atrás da outra, que não se deve resistir, mas experimentar.



Claro que acabamos curtindo cada dia, pois além de esquiar em pistas largas como aeroportos e desfrutar de cardápios elaborados conforme a imaginação dos chefs convocados para exibirem seus talentos em alta altitude, apreciamos a ausência de filas, a perícia do nosso guia e a eficiência da infra-estrutura local.


Logo me dei conta que estava esquiando num universo realmente especial, uma região com uma história ilustre e que evoca a Áustria em paisagem, mas onde tudo está escrito em italiano e alemão e onde uma terceira língua, o Ladino, ainda é falado pelos locais e ensinado nas escolas. E, se parar pra pensar, é interessante saber que as Dolomitas eram corais no fundo de um oceano - isso tem um milhão de anos. Por isso não se impressione se encontrar algumas conchinhas em plena pista de esqui...


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

À bordo, Baía de Todos os Santos, Bahia


As ilhas da Baía para santo nenhum botar defeito...no doce balanço do mar.
Esta é uma viagem para quem realmente quer ter uma experiência incomum, diferenciada. Já começa pela bagagem, levando apenas o estrito necessário para uma vida no mar: Roupa de banho, canga, shorts e camisetas,  sandália de dedo, boné e muito, muito, muito protetor solar. Nada mais. Porque você vai sair do aeroporto de Salvador,  dirigir até a marina de Aratu e, 20 minutos depois, será recepcionado pelo próprio capitão  de um veleiro de 40 pés. 


Após embarcar, o rumo é zarpar para a bucólica Baía de Todos os Santos, seguindo um itinerário personalizado, montado conforme o tempo disponível dos passageiros. Pernoitando cada dia em um porto diferente, é um programa tão singelo quanto a rotina que persiste nas 56 ilhas deste arquipélago baiano, que apesar de estar a poucas milhas da civilização, não se deixou contaminar até hoje pelo ritmo borbulhante da capital da Bahia.
Casinhas coloridas em Itaparica


Dormir  num veleiro não é igual que dormir num hotel. E nem dá pra comparar.  Mas a vida a bordo  é simples, seguindo o compasso do relógio biológico inerente em cada um de nós: acorda-se com os primeiros raios de sol, espreguiça-se  olhando para o mar calmo e cristalino, mergulha-se ainda antes do café da manhã – que é servido no convés, e depois é só relaxar e se deixar levar pelo vento. 

Entre uma velejada e outra, o capitão joga âncora em baias escondidas, escolhendo a dedo os mais atraentes trechos de areia branca, de preferência desertos, além de conhecer  portinhos adormecidos. Um exemplo é a pequena ilha de Maré, que abriga apenas uma vila de pescadores sem qualquer vestígio turístico. 


E´de praxe fazer uma parada estratégica para dar uma caminhada, observar a rotina pacata dos moradores e  terminar o passeio com um almoço surpreendente no restaurante Preta, aberto há pouco mais de um ano. No mapa, consta também a famosa ilha de Itaparica, que por mais badalada que seja, ainda mantém uma atmosfera encantadora. 
Prato exótico com influência asiática no Preta




 Ainda se joga dominó nas praças, os pescadores consertam seus barcos na praia, e moradores passam boa parte do tempo sentados diante de suas moradias olhando o movimento das ruas. Poucos carros transitam pela orla e durante a semana a vila parece estar adormecida. À noitinha, as pessoas se reúnem em volta de mesinhas de um bar próximo à marina. Outra parada estratégica é a singela cachoeirinha de Tororó, escondida na mata e que desagua na minúscula praia deserta da ilha de Matarandiba.




O passeio termina antes do anoitecer, e o pôr-do-sol é um momento sagrado para quem curte a vida no mar. Depois que o capitão escolhe um lugar abrigado do vento para ancorar, como a tranquila ilha do Cal, é de praxe brindar os últimos raios que se dissipam.  E a magia continua por conta do jogo de luzes e cores mutantes que aos poucos vão tingindo a linha do horizonte.  E`,  a vida a bordo é mesmo uma caixinha de emoções.  Dependendo das dimensões dos barcos (36,37 ou 40 pés), dá para acomodar entre 4 e 6 passageiros.


 As cabines, embora pequenas, são confortáveis. E servem mesmo para um só propósito: dormir - o resto da rotina é toda ao ar livre. No catamarã de 43 pés, bem mais amplo e com 4 cabines, tem espaço para 8 pessoas. Mas, quer queira, quer não queira, vida a bordo exige espírito esportivo ( um barco não tem as mordomias e comodidades de uma pousada), paciência ( a palavra pressa inexiste no vocabulário vélico, pois a velocidade depende do vento e não da boa vontade da tripulação)  e intimidade entre os participantes ( porque você acaba esbarrando em todo mundo o tempo todo, e é praticamente impossível se isolar). 



Então, na hora de escolher com quem você quer passar férias dividindo espaço numa embarcação, faça a seleção com foco nestas características.  Mais do que ficar imbuído com o espírito de marinheiro, contemplando a magnífica paisagem ao redor, é conseguir manter harmonia na rotina do dia-a-dia.

Só comer e beber não gasta toda a energia que se acumula no compasso do balanço do mar. Um dos esportes mais em voga no momento é o stand up, uma modalidade de surfe em pé que dispensa onda e, principalmente, experiência. Qualquer um pode se aventurar depois de seguir algumas instruções básicas do capitão. Liso como um tapete, o mar não oferece perigo. E nem se preocupe com as pranchas: ela são levadas no barco.
Se animou? Então arrisque.  A Bahia está sempre ai, e o ano inteiro é hora. Difícil depois é se habituar a dormir sem o sutil balanço do mar.




terça-feira, 22 de novembro de 2016

Camden Harbour Inn, Camden, Maine, USA

Na época do Halloween, em final de outubro, as abóboras são presença constante em todo lugar.



As cores do outono, no hemisfério norte, são fascinantes. E´ uma variedade de tons de laranja, amarelo, verde, fuschia e ocre que tingem a paisagem inteira. O Estado do Maine, no leste dos Estados Unidos, é conhecido nesta época do ano como sendo o lugar mais incrível para você acompanhar a trilha das folhas cadentes. A região costeira, principalmente, é uma sequencia de mutações de cores que as fotos mal conseguem reproduzir.

Traçamos um roteiro simples, de carro,que começava em Boston e terminava em Camden. A primeira parada foi na famosa cidade das bruxas, Salem, onde foi filmado o  filme do mesmo nome.Não por coincidência, era final de outubro e as ruas regorgitavam de abóboras em homenagem a Halloween e, é claro, a cidade também fazia sua própria reverencia às bruxas. Bastante animada, Salem tem um centrinho legal, pedestre, mas nada que realmente justifique mais do que um giro rápido pelo centrinho e, quem sabe, uma foto junto a algum ícone de feitiçaria. O que não falta.



Além das folhas de outono, a região do Maine é famosa pelo crustáceo chamado de lobster, ou homard, ou, para quem não sabe, é um primo da lagosta sim, mas não com o mesmo exato sabor. E, ao contrário do que acontece no Brasil, a lagosta de Maine é pescada o ano inteiro e não falta pra ninguém. A explicação é simples: existe um comportamento consensual,  adotado por unanimidade entre todos os pescadores profissionais, ou seja,  um modus operandi que preserva a espécie. 



















Não podem ser maiores ou menores do que x  centímetros e fêmeas com óvulos são poupadas. Em suma, são as medidas do bicho que vão determinar se ele vai ser devolvido ao mar ou se vai para a panela. E assim elimina-se o perigo de extinção e todo mundo fica feliz 365 dias por ano.  Nosso itinerário passou por Kennebunkport, um vilarejo simpaticíssimo, charmoso, onde encontramos esse pescador que nos deu uma aula sobre os procedimentos de como é o trade lá naquelas bandas.

Konnebunk, típico vilarejo na rota da lagosta


Nesta época do ano o clima é bem instável e embora tivemos muita sorte - só choveu umas horas durante uma viagem que durou cinco dias - o frio é intenso e penetra nos ossos. O mais impressionante no cenário são os vilarejos à beira-mar, inteiramente fantasmas, onde não se vê viv´alma e as mansões, pé-na-areia, ficam ao deus-dará, sem proteção e ainda com os móveis nas varandas. E´ como se todos tivessem abandonado as suas casas de uma tacada só...

 Mas, acredito que a paisagem mude completamente durante os meses de verão. Prosseguimos rumo a Camden, nosso último destino, onde ficaríamos três noites. Esse é outro vilarejo característico da Nova Inglaterra, onde tudo gira em torno do porto e durante a alta estação há muito movimento.
No outono, uma das vantagens é que você tem o lugar quase inteiramente vazio, sem fila nos restaurantes ( alguns nem abrem mais...) mas por outro lado há pouco movimento como um todo. Pessoalmente, não me importo.Até gosto, porque tenho horror a lugar muito cheio de turistas. E, como acontece muitas vezes, a gente costuma ser os únicos hóspedes do hotel. Ou quase. Desta vez, ficamos no divino Camden Harbour Inn, um pequeno bed-and-breakfast (esse rótulo é um understatement, porque esse estabelecimento luxuoso pertence à cadeia Relais & Châteaux) com jeito de casa de amigos e que é um encanto. Começa com o atendimento do staff, em todos os quesitos.  A nossa suíte era algo impressionante, com três televisões - até no banheiro tinha uma ! - e espaço pra dar e vender. Colocam até um i-pad para o seu uso, imagine! Máquina Nespresso, e de quebra uma garrafa de champagne como brinde de boas-vindas. A localização é perfeita, com vista para o mar e a menos de 5 minutos a pé do portinho e do centro do vilarejo. O restaurante é conhecido, é o Natalie, e tem um menu degustação só à base de lagosta. Criativo e saboroso, pra descrever sumariamente.
O café da manhã era copioso, com proposta de iguarias regionais e até ovos com lagosta... Mesmo que o tempo não estivesse muito bom, permaneceu acima da expectativa porque não choveu. E deu pra aproveitar e sair pelas redondezas afim de explorar o que o Maine tem de melhor: a natureza, quase sempre intocada, seus bosques, suas colinas, os pastos, os portinhos como Port Clyde, seus faróis, os barcos ancorados e cobertos, prontos para resistir à ferocidade do inverno.
Vista do vilarejo de Camden da varanda do Camden Harbour Inn

A sorte nos sorriu no domingo, quando abriu um sol maravilhoso e conseguimos fazer uma caminhada até o topo da montanha que emoldura a cidade. Por dentro do bosque, numa trilha demarcada e pavimentada pelas folhas mortas, subimos por quase uma hora até um mirante de onde se abre um panorama sobre toda a baía de Camden, seu porto e as ilhas que emergem no horizonte como pequenos acidentes geográficos.

Trilhas bem demarcadas para chegar a pé até o mirante que fica no alto da montanha: 1 hora de caminhada morro acima.

 Embora a cidade estivesse com poucos turistas, a vida continua. A gente consegue se mesclar com os locais em lugares como pubs, e assim troca umas idéias com quem mora lá. De uma maneira geral, eles são afáveis, e gostam de perguntar de onde você é. Principalmente depois de algumas cervejas artesanais degustadas no balcão. Durante uma destas nossas andanças matinais em que bisbilhotávamos as mansões históricas pelas ruas mais afastadas de Camden, um barulho na mata nos chamou a atenção. Adivinha que bicho que era? Um racoon, espécie de roedor de máscara de zorro. Fofo, não?
Camden, pitoresca e acolhedora, mesmo durante os meses de inverno. Ela pode ficar coberta de neve...
 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Myriad Hotel, Lisboa, Portugal





Lisboa tem muito além da beleza da cidade



Não sei se não é melhor ser uma golf widow, mas com certeza quem não joga nem vai ficar entediada. Nem sentir o tempo passar, pois em Lisboa há muito mais além do golfe do que se possa imaginar. A capital de Portugal é por si só uma cidade encantadora, repleta de surpresas. A beleza de sua arquitetura e monumentos, o requinte da gastronomia e a hospitalidade do povo atraem visitantes durante o ano inteiro.




 Quem explora suas ruelas estreitas e tortuosas vai sempre desembocar em algum canto charmoso e rico em história. Além disso, a natureza foi extremamente condescendente com o clima que alocou para este país, que passaria a ostentar, desde 2000, o título de Established Golf Destination of the Year  e Golf Destination of the Year 2007. Em suma, a região costeira de Lisboa é o melhor destino para se jogar golfe em toda a Europa. Pudera: os termômetros raramente marcam abaixo de dois dígitos e a chuva dá tréguas inimagináveis mesmo durante o inverno.

E com 21 campos de golfe desenhados por alguns dos melhores arquitetos, como Robert Trent Jones, Cabell Robinson, Donald Steel,  entre outros, a costa lisboeta tem 360 buracos, quase tantos quanto os dias no ano.



Estoril, a pouca distancia de Lisboa, é um reduto muito procurado por golfistas


 Aos golfistas que procuram manter-se ativos sem interrupções, a boa notícia é de que os campos de golfe jamais  fecham. Isto reforça ainda mais a posição de Portugal, que saiu à frente de outros países  conceituados como França, África do Sul e das regiões californianas, entre outras. 
      

O segmento de golfe se fortalece e cresce cada vez mais no mundo inteiro. Falando em números, os benefícios com o esporte representam 8% do PIB português e absorve 10% da mão-de-obra nacional.  Por outro lado, é impossível dissociá-lo do turismo: anualmente, o golfista gera 300 milhões de euros em Portugal, entre operadores, hotéis, campos, equipamentos, serviços associados e companhias de aviação. Muitos novos investimentos hoteleiros aderiram à esta tendência, e, quando beneficiados por um grande espaço aberto, contemplam em seus projetos a construção de campos com  9 ou 18 buracos para ampliar o seu leque de serviços. 
Os fairways do Estoril são arborizados e muito bonitos

Em contrapartida, outros estabelecimentos  de alto padrão, na falta de seus próprios fairways, criaram acordos com os clubes dos arredores, que por sua vez também mantêm acordos de reciprocidade com clubes de golfe estrangeiros, tudo isso com o objetivo de  atender a um novo personagem que emerge neste mercado: o turista-golfista, que viaja para fora do seu país de origem para dar as suas tacadas em greens alheio. Como já reza o ditado, a grama do vizinho – no caso, Portugal - é sempre mais verde. E se alguém ainda imagina que golfe é coisa de velho, saiba que 48% dos jogadores estão na faixa dos 18 aos 39 anos de idade!   


Cascais oferece campos de golfe além de uma infraestrutura de lazer agradável para toda a família

Um dos hotéis mais modernos de Lisboa, o Myriad Hotel, majestosamente situado na beira do Tejo, acaba sendo uma escolha simpática para quem tem em mente jogar golfe além de perambular pela cidade. 

Porque ele está localizado perto das saídas de acesso às vias expressas que levam até Estoril e Cascais, onde estão localizados os campos de golfe mais requisitados. Por outro lado, o hotel em si tem suítes extremamente confortáveis e um serviço atencioso. Outro quesito de peso são as amenidades no banheiro, que é deliciosamente gigantesco. Não vou me esquecer jamais dos lençóis daquela cama king size, viraram meu sonho de consumo! Ou consumiram meus sonhos, melhor dizer...



Vista do térreo, onde fica o restaurante

 Se você estiver num andar alto, a vista que se desprende sobre o rio é impressionante, ainda mais se for do 26° !...Mas, mesmo quem tem medo de altura vai curtir olhar de cima pro bondinho que faz a travessia até o Oceanário. Este bondinho fica praticamente ao lado do hotel. O calçadão também é uma boa pedida para fazer a digestão depois de um café da manhã que não deixa nada a desejar. Até mesmo a louça é de extremo bom gosto - a xícara para o café é uma das mais confortáveis de se usar. Pode parecer bobagem, mas degustar um café com leite com perfeição é uma raridade, pode acreditar.

Vista panorâmica  e dramática, mesmo  em dia de chuva do 26º andar do Myriad Hotel