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Traçamos um roteiro simples, de carro,que começava em Boston e terminava em Camden. A primeira parada foi na famosa cidade das bruxas, Salem, onde foi filmado o filme do mesmo nome.Não por coincidência, era final de outubro e as ruas regorgitavam de abóboras em homenagem a Halloween e, é claro, a cidade também fazia sua própria reverencia às bruxas. Bastante animada, Salem tem um centrinho legal, pedestre, mas nada que realmente justifique mais do que um giro rápido pelo centrinho e, quem sabe, uma foto junto a algum ícone de feitiçaria. O que não falta.
Além das folhas de outono, a região do Maine é famosa pelo crustáceo chamado de lobster, ou homard, ou, para quem não sabe, é um primo da lagosta sim, mas não com o mesmo exato sabor. E, ao contrário do que acontece no Brasil, a lagosta de Maine é pescada o ano inteiro e não falta pra ninguém. A explicação é simples: existe um comportamento consensual, adotado por unanimidade entre todos os pescadores profissionais, ou seja, um modus operandi que preserva a espécie.
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Não podem ser maiores ou menores do que
x centímetros e fêmeas com óvulos são poupadas. Em suma, são as medidas do bicho que vão determinar se ele vai ser devolvido ao mar ou se vai para a panela. E assim elimina-se o perigo de extinção e todo mundo fica feliz 365 dias por ano. Nosso itinerário passou por Kennebunkport, um vilarejo simpaticíssimo, charmoso, onde encontramos esse pescador que nos deu uma aula sobre os procedimentos de como é o
trade lá naquelas bandas.
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Konnebunk, típico vilarejo na rota da lagosta |
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Nesta época do ano o clima é bem instável e embora tivemos muita sorte - só choveu umas horas durante uma viagem que durou cinco dias - o frio é intenso e penetra nos ossos. O mais impressionante no cenário são os vilarejos à beira-mar, inteiramente fantasmas, onde não se vê viv´alma e as mansões, pé-na-areia, ficam ao deus-dará, sem proteção e ainda com os móveis nas varandas. E´ como se todos tivessem abandonado as suas casas de uma tacada só...
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Mas, acredito que a paisagem mude completamente durante os meses de verão. Prosseguimos rumo a Camden, nosso último destino, onde ficaríamos três noites. Esse é outro vilarejo característico da Nova Inglaterra, onde tudo gira em torno do porto e durante a alta estação há muito movimento.
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No outono, uma das vantagens é que você tem o lugar quase inteiramente vazio, sem fila nos restaurantes ( alguns nem abrem mais...) mas por outro lado há pouco movimento como um todo. Pessoalmente, não me importo.Até gosto, porque tenho horror a lugar muito cheio de turistas. E, como acontece muitas vezes, a gente costuma ser os únicos hóspedes do hotel. Ou quase. Desta vez, ficamos no divino Camden Harbour Inn, um pequeno bed-and-breakfast (esse rótulo é um understatement, porque esse estabelecimento luxuoso pertence à cadeia Relais & Châteaux) com jeito de casa de amigos e que é um encanto. Começa com o atendimento do staff, em todos os quesitos. A nossa suíte era algo impressionante, com três televisões - até no banheiro tinha uma ! - e espaço pra dar e vender. Colocam até um i-pad para o seu uso, imagine! Máquina Nespresso, e de quebra uma garrafa de champagne como brinde de boas-vindas. A localização é perfeita, com vista para o mar e a menos de 5 minutos a pé do portinho e do centro do vilarejo. O restaurante é conhecido, é o Natalie, e tem um menu degustação só à base de lagosta. Criativo e saboroso, pra descrever sumariamente.
O café da manhã era copioso, com proposta de iguarias regionais e até ovos com lagosta... Mesmo que o tempo não estivesse muito bom, permaneceu acima da expectativa porque não choveu. E deu pra aproveitar e sair pelas redondezas afim de explorar o que o Maine tem de melhor: a natureza, quase sempre intocada, seus bosques, suas colinas, os pastos, os portinhos como Port Clyde, seus faróis, os barcos ancorados e cobertos, prontos para resistir à ferocidade do inverno.
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Vista do vilarejo de Camden da varanda do Camden Harbour Inn |
A sorte nos sorriu no domingo, quando abriu um sol maravilhoso e conseguimos fazer uma caminhada até o topo da montanha que emoldura a cidade. Por dentro do bosque, numa trilha demarcada e pavimentada pelas folhas mortas, subimos por quase uma hora até um mirante de onde se abre um panorama sobre toda a baía de Camden, seu porto e as ilhas que emergem no horizonte como pequenos acidentes geográficos.
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Trilhas bem demarcadas para chegar a pé até o mirante que fica no alto da montanha: 1 hora de caminhada morro acima.
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Embora a cidade estivesse com poucos turistas, a vida continua. A gente consegue se mesclar com os locais em lugares como pubs, e assim troca umas idéias com quem mora lá. De uma maneira geral, eles são afáveis, e gostam de perguntar de onde você é. Principalmente depois de algumas cervejas artesanais degustadas no balcão. Durante uma destas nossas andanças matinais em que bisbilhotávamos as mansões históricas pelas ruas mais afastadas de Camden, um barulho na mata nos chamou a atenção. Adivinha que bicho que era? Um racoon, espécie de roedor de máscara de zorro. Fofo, não?
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Camden, pitoresca e acolhedora, mesmo durante os meses de inverno. Ela pode ficar coberta de neve... |
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