quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Araras Ecolodge, Poconé, Mato Grosso, Brasil




As araras trocando carinho : cena ao alcance dos olhos 

Animais silvestres, como os coatis, jacarés, veados e tamanduás não costumam surgir na sua frente com facilidade. Muito menos numa rodovia. Porém, ao longo dos 196 quilômetros da Transpantaneira, uma larga estrada de terra em linha reta, que começa em Poconé e termina às margens do rio Cuiabá, em Porto Jofre, no Mato Grosso, é possível se deparar com qualquer um destes bichos – e muitos outros -  atravessando a pista de um lado para o outro.
Araras Ecolodge e seus quartos com rede

   Além de observar estes cobiçados espécimes da fauna brasileira, na área da Transpantaneira é também possível praticar atividades ecologicamente corretas, digamos, ou de baixo impacto ambiental, como longos passeios a cavalo, pesca esportiva, passeios de bicicleta off-road, canoagem e, claro, o tradicional bird-watching  e, claro, "bicho-wathcing".. 

Passarinhos coloridos acompanham os hóspedes durante o café da manhã

Meu amigo de infância, André Van Thuronyi, dono da Araras Ecolodge, desde cedo foi um defensor da natureza e feroz crítico contra qualquer coisa que pudesse ameaçar qualquer espécie da fauna e flora. A arara azul sempre foi a menina dos seus olhos e após alguns anos, ele conseguiu que a sua área  de 22 mil hectares fosse consagrada e reputada como santuário para estas aves majestosas. 

Dá para contemplar jacarés a pouco mais de um metro de distancia. A julgar pela sua imobilidade, que pode durar horas a fio, às vezes parecem estátuas. Pura ilusão: de irreal eles não têm nada. E, se por acaso um jacaré quiser passar na sua frente, siga à risca a lei do transito do Pantanal: a prioridade é de quem tem um número maior de patas ou...de dentes!


Apesar dos macacos chegarem muito perto dos turistas, não se deve jamais tentar tocá-los, pois mesmo tendo uma aparência amigável, são animais imprevisíveis e podem se tornar agressivos e atacar sem motivo algum. Caso tentem roubar algum objeto pessoal, como um colar ou até mesmo a sua máquina fotográfica, não reaja com violência e deixe que o guia pantaneiro resolva o assunto.



A pousada faz parte da conceituada cadeia Roteiros de Charme e embora não ostente luxo ou demasiados mimos, a comida caseira é apetitosa e as acomodações são confortáveis. De qualquer forma, ninguém vai pra Transpantaneira pra ficar se espreguiçando na rede o dia todo, e você vai sair da cama antes mesmo das 6 da manhã. 


Isso mesmo:  é fundamental se acostumar com a rotina do Pantanal, que começa com os primeiros raios do sol, pois bicho nenhum tem essa coisa de dormir até tarde. 

Porque o objetivo é contemplar o máximo de animais quando estão buscando o que comer e ver como se comportam. E é justamente nestas poucas horas matinais que conseguimos captá-los fora de suas tocas e ninhos. Depois o sol é tão forte que todos se recolhem novamente ao seu habitat, enquanto vocês, turistas felizardos, merecem se estirar na beira da piscina da pousada, com direito à sombra e água fresca. Ou, melhor ainda, saboreando uma deliciosa caipirinha.


 Quando refresca um pouco, mais a tardinha, recomeça a programação. Os mais esportivos podem optar por longas pedaladas pela estrada, ou fazer um passeio de canoa canadense em determinados trechos do rio, onde se abrigam muitas espécies de animais e aves sob os aguapés. Mais tranquilas são as cavalgadas, que levam os turistas através de extensos descampados, que ficam alagados na época da cheia - ou seja, de dezembro a maio.


Embora não exija experiência prévia, estas embarcações ficam rente à água e a centímetros da cabeça das dezenas de jacarés camuflados sob os aguapés. Raras espécies de passarinhos também vivem escondidas na mata. Mas é preciso ter cautela e evitar movimentos bruscos, pois a canoa vira com facilidade.





Mas, sempre lembrando que na terra das araras azuis, dos jacarés, do  macaco-prego, dos tuiuiús e dos coatis, a única munição permitida aos humanos “invasores” é a paciência e uma máquina fotográfica.




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