Os 18 quilômetros de
estrada de terra que levam até São Jorge nem estão muito esburacados. A gente
engole um pouco de poeira, mas somos recompensados pela exuberante paisagem do
cerrado, que é de tirar o fôlego. Em menos de meia hora chegamos a este minúsculo
vilarejo, cuja localização é privilegiada: ele fica bem na entrada do Parque
Nacional da Chapada dos Veadeiros, a 236 km de Brasília.
Os cristais de São Jorge |
Neste povoado, moram apenas 600 habitantes,
e a rotina é pacata. Mas, em época de Carnaval ou outros feriados prolongados, a
vila recebe até 2 mil visitantes, entre eles muitos estrangeiros! Como ali tem
menos de uma dúzia de pousadas, todas ficam lotadas e o ambiente é festivo.
Entretanto, por incrível que pareça, não acontece um distúrbio sequer. Tanto é
que a pequena delegacia local ganhou o apelido de “pousada Cacetete”, dados
pelos bêbados que são recolhidos para passar a noite. Quem elege São Jorge como
destino procura paz, relaxamento, esoterismo e tranqüilidade. Além de muito
contato com natureza virgem, claro.
Um dos chalés da Baguá |
A pousada Baguá, onde ficamos alguns dias, foi construída na área do antigo camping, um tiquinho fora do centrinho. Localizada num enorme jardim, é disparado a melhor pousada de São Jorge, com amplos e confortáveis chalés, cama king size, espaço pra dar e rodar, e os mais caros tem até sua jacuzzi privativa num deck ao ar livre. Uma delícia pra relaxar depois de um dia inteiro caminhando.
A decoração é toda inspirada no Feng Chui, com detalhes de porta-incenso no banheiro e box com dois chuveiros individuais. Baguá denomina os 8 chacras. O restaurante é aprazível e oferece um cardápio fusion.
deck privativo com jacuzzi |
Na Chapada, lugar de andarilhos e aventureiros, levanta-se
antes das oito para aproveitar bem o dia. Após um farto café da manhã, servido
na varanda da pousada, com vista para a Chapada, aguardamos a chegada do guia
credenciado. Não é permitido entrar no Parque desacompanhado, e é no mínimo
desaconselhável se embrenhar por qualquer das trilhas da região sem a presença
de um profissional que conheça bem o percurso.
café da manhã na varanda, com direito a magnífica vista sobre a Chapada |
Não é só para guiar as pessoas, mostrando o caminho, que serve um guia. Além de contar fatos interessantes sobre a região, ele desfia “ causos” engraçados de personagens emblemáticos do vilarejo.
Há muitas armadilhas na
natureza, e é fácil se perder. Sem pensar no risco de desidratação numa mata virgem
com perigos iminentes. Um passo em falso numa rocha pode ser fatal. Nosso guia
se chamava Rafael e, como muita gente que se conhece por lá, foi abduzido pelos
cristais da Chapada. Chegou pra passar férias e nunca mais voltou pra casa. Será que estávamos correndo um risco ?
Não é só para guiar as pessoas, mostrando o
caminho, que serve um guia. Além de contar fatos interessantes sobre a região, ele desfia “ causos” engraçados de personagens emblemáticos do vilarejo.
Com um pouco de sorte, você consegue conhecer uma pequena parte da região - só de pensar que são 160 cachoeiras...
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