Da primeira vez que fui a St. Barth, cheguei de ferry.
Na segunda, desembarquei de um Skorpio de 72 pés . E na terceira, aterrissei
num Twin-Otter de 19 lugares.
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o aeroporto da ilha é também um cartão postal |
Mas todas as vezes que coloquei o pé nesta
minúscula ilha vulcanica das Antilhas, tive
a sensação imediata de que estava pisando num dos lugares mais a salvo do
turismo de massa. St. Barth pertence
à França e preserva esta identidade com muita garra e em tudo: a maioria dos 7
mil habitantes só fala o idioma de Molière, a moeda é o euro, o código de área
do telefone é 33, o provedor da internet é wanadoo e, é claro, os croissants e as autênticas baguettes confeccionados na ilha não
perdem pra nenhuma boulangerie de
Paris.
St.Barth é tipicamente francesa em cada pedacinho de seus 25 quilômetros
quadrados e até o último grão de suas 14 praias de areia branca cintilante. Onde,
aliás, o topless é de praxe e a prática do nudismo tolerada.
Gozar deste selo de exclusividade é um privilégio que
não sai barato. Nem para os locais que dependem da importação e muito menos
para os 200 mil turistas que conseguem passar férias em St. Barth. Porque
tudo lá é sofisticado e oneroso. Pensou em hotel? Tem a rodo, estrelados e maravilhosos,
um mais deslumbrante que o outro..
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Praia particular do hotel Guanahani |
Quer relaxar, se
embelezar, abusar de mordomias?
Ficamos num hotel cinco estrelas que pertence à sofisticada cadeia Leading Hotels of the World, chamado Le Guanahani, que fica encravado numa península a cerca de quinze minutinhos de Gustavia - capital da ilha onde tudo rola, desde people watching a restaurantes, passando pelas butiques de griffe, barcos de milionários e atrações múltiplas.
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Esportes no mar manso de frente para a praia do hotel |
Foi lá onde a gente desfrutou de privacidade total e de uma vista indevassável, além do privilégio de se aninhar num dos chalés individuais espalhados dentro desta propriedade magnífica, debruçada sobre o mar. O nosso café da manhã era servido na nossa varandinha com vista para esse mar do Caribe...Se melhorar, estraga, concorda?
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Vista do nosso chalé... |
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café da manhã na varanda - existe coisa melhor? |
Duas praias particulares, um spa com tratamentos de fazer Cleópatra morrer de inveja, e um restaurante gastronômico, atraem uma seleta clientela. As acomodações são no estilo colonial créole, construídas em cascata da colina até a areia. As mais luxuosas têm piscina particular.
Almoçar
ou jantar maravilhosamente bem? Não faltam estabelecimentos gastronômicos: do
italiano ao créole, quase 40 restaurantes ostentam especialidades
internacionais e se gabam dos cardápios franceses. Do foie gras fresco passando
por caviar e bife de kobe, é impossível não perder o juízo e mais alguns
trocados em degustações pantagruélicas. Daí a achar normal, depois de alguns
dias na ilha, que uma casa de praia não saia por menos de 2,5 milhões de euros,
uma bagatela se comparada às outras mansões de luxo à venda por mais de 7.
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Porto de Gustavia |
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Downtown Gustavia e detalhe do seu porto |
Quando
tolerados e devidamente autorizados pelas autoridades, aportam no cais de
Gustavia apenas iates milionários e luxuosas embarcações de cruzeiro de pequeno
porte com um número politicamente correto de passageiros – nada que seja um
transtorno para a filosofia local mas o suficiente para que sejam gastas pequenas
fortunas nas butiques de griffe que se alinham em torno da orla marítima e no
centrinho da cidade.
Outra justificativa pra não deixar entrar o turismo de
massa é que só há uma estrada circundando a ilha e, diga-se de passagem, já
circulam carros demais, principalmente na chamada Saison, a alta estação que se
estende do Natal à Páscoa. Nesta época, em determinados pontos você vai encarar
até engarrafamentos e dificuldade para estacionar nos arredores de algumas
praias.
O segredo é alugar um quadriciclo e nem se preocupar mais em achar vaga: estacione praticamente na areia, a dois passos da praia elegida. Uma mão na roda, garanto!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE-FZDILn1nu9zrJP_xdtF0i6r_d62QC4Srf_W8M7bHPACT3Y-8Cej2b-mDvuifTETdCRaI-A8ayH-FWM5cvVbof9H_0P7yiZnt-IzPd5GR2Dn7Ec14prkybgD6rim8yKey5aJ7zXmcQgy/s400/c%25C3%25A3o+nadando+praia+du+Gouverneur.jpg)
Se você tiver tempo de sobra, vá a
duas a três por dia. De preferência, leve água, canga, protetor e uma
besteirinha para beliscar, pois mesmo as que ficam mais próximas da civilização
não oferecem qualquer apoio. Esqueça a água de côco, lá (apesar de todo o luxo)
não tem.
Pequenas, aconchegantes, pitorescas,
protegidas, as praias em St.Barth não deixam a desejar. A água tem uma
temperatura agradável, o mar é manso e gostoso para nadar e você vai conseguir
ter uma grande faixa de areia só sua para curtir.
No que diz
respeito à segurança, St.Barth dá um banho. O tempo inteiro em que estive na ilha, a
sensação é de que neste pedacinho do mundo este tipo de problema não existe. Sensação,
aliás, muito reconfortante, principalmente para quem vem do Brasil. Ninguém tranca os carros, e
objetos como toalhas, bolsas de praia e apetrechos de banho podem ser deixados encima
do banco sem o menor problema.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvO63DkfebZK7fLcuhbcepWdDZkHJjnUVstzl2C0nc_ANYf51dNVr33Nn0s1wmFmpokLyH0Sj2CuESK9EBw3-oIDvr40ozms_1vUo2CbhIVGxHAs5etcr777C7tot7t-uJ_bGuKYmT_K8Y/s200/vista+do+avi%25C3%25A3o_11.jpg)
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O minúsculo aeroporto de St Barths, com uma micro pista, é um desafio para os pilotos dos aviõezinhos que chegam e partem de lá. |
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