Atins é um dos vilarejos mais genuínos do
Maranhão, daqueles que a gente nem
imagina que ainda possam existir em pleno século 21. Simplesmente, você tem a
impressão que o tempo parou.
As ruas ( se é que você pode chamar de ruas) são
de areia, carro só mesmo com tração nas 4 e olhe lá! Muitos veículos afundam e
ficam atolados e é preciso empurrar.
Neste lugar mágico, moram apenas 2 mil
habitantes e a maioria vive da pesca. A qualquer hora do dia, você vê homens,
mulheres e crianças sentadas em cadeiras
ou deitadas em rede, na frente de suas moradas, observando as horas passarem.
As
casinhas simples e coloridas lembram uma pintura primitiva, principalmente
quando alguns moleques passam pela gente, montados no lombo de jegues.
Aliás, este meio de transporte é muito
comum naquela região do nordeste, onde os charmosos quadrúpedes valem nada mais
do que... R$ 1. Sem brincadeira.
Mesmo isolados do resto do mundo, sem vestígio
de turismo algum, o povo local não é reticente diante de forasteiros, e observa
tudo discretamente. Mas, diante da lente, alguns se acanham, outros acham
graça.
Mônica Gorgulho,
uma paulistana radicada há três anos em Atins, é a dona da rústica e charmosa
pousada Rancho do Buna, onde passamos uma noite.
Pousada Rancho do Buna, muito carisma e hospitalidade garantida |
No amplo
jardim, ela e o marido Buna adotaram, além de uma filosofia zen, dezenas de
gatos e cachorros vira latas e fazem questão de hospedar gratuitamente qualquer
dentista, médico ou veterinário que se proponha a prestar a sua colaboração à
saúde dos moradores... e, é claro, a dos animais da comunidade.
No final do dia, o programa é subir na
caçamba de um toyota para chegar até a duna em Ponta do Mangue e assistir a um
incrível pôr-do-sol. Em tempo: faz parte da cultura regional o culto aos
últimos raios que deslizam lentamente no horizonte.
De preferencia, turista que
se preza e quer fazer bonito bate palmas quando termina o espetáculo oferecido
pela natureza. Em seguida, o dia acaba com o jantar num restaurante local, entre
a Ponta do Mangue e o vilarejo.
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