quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Ta´Cenc Hotel & Spa, Gozo, Malta

Victoria, capital de Gozo
Aterrissamos ( atrelados à viagem estavam um marido, uma filha e dois netinhos pequenos) no moderno aeroporto de Malta numa manhã ensolarada de domingo. E´o primeiro dia de verão e a temperatura de 24Cº apenas confirma o diagnóstico meteorológico de que este arquipélago contabiliza mais de 300 dias de sol.  Uma jornada de 40 minutos de taxi nos deixou no porto de Cirkewwa, onde  embarcamos no ferry que atravessa continuamente entre Gozo e Malta.


 E´ uma travessia curta e prazerosa,e ainda por cima incrivelmente cênica. Logo a direita você admira Comino e logo adiante o skyline do charmoso porto de Mgarr, com sua marina repleta de veleiros e lanchas. Ao desembarcar, chama a atenção as típicas embarcações maltesas, o luzzu, um pequeno barco colorido ainda muito utilizado pelos locais para pescar, mas igualmente um chamariz para passeios com turistas.  
 Uma segunda corrida de taxi e uns meros 15 minutos nos leva do porto até o Ta´Cenc Hotel & Spa, nosso refúgio para as próximas 4 noites. Esse luxuoso estabelecimento, que se proclama ecológico em vários quesitos,  foi erguido encima de um platô acima do vilarejo de Sannat, no lado sudoeste,  e se debruça vertiginosamente sobre os cartões postais da ilha: dezenas de cumes de igrejas espalhados nas colinas em volta, inúmeras cidadezinhas e inclusive parte das muralhas da
 cittadella de Victoria, capital da 
ilha. 

O Ta´Cenc  é um hotel de renome, com um spa aprazível, tres piscinas e dois restaurantes. Em ambos se come muito bem, mas o Il-Kantra Lido,  que fica num promontório a 5 minutos de carro,  além da comida oferece uma vista espetacular. O Ta´Cenc, com seu estilo arquitetônico discutível , um mix de gozitano com pugliano ( da região de Puglia, na Itália)  requintou o projeto com bangalôs maquiados de trullis, para serem vendidos como as acomodações de maior requinte.



 No fundo, reflete a realidade desta ilha onde predomina a mistura de estilos e na qual  empreendimentos modernosos poluem bastante o belo cenário natural. No entanto,  tem um spa de renome, três piscinas e dois restaurantes com cardápio bem variado. Em ambos se come muito bem, mas o  destaque fica para o Il-Kantra Lido,  que fica empoleirado num promontório a 5 minutos de carro:  além da comida fabulosa ( o antipasto é de comer ajoelhado!) , oferece uma vista espetacular. 


Entrada do Hotel Ta´Cenc 


Por outro lado, estamos cercados de verde por todos os lados, a atmosfera é relaxada o tempo inteiro, e o time que atende aos hóspedes é simpático. Todos tem boa vontade para ajudar, Até mesmo em situações delicadas, como quando tentaram resolver o caso do jipe que alugamos - quase sem freio, sem cintos de segurança, sem buzina ...
No entanto, após certa consideração , e entrar em contato com as condições da maioria das estradas em Gozo, eu diria que o carrinho estava até muito em forma! Ainda por cima, se você

vai se surpreender por ter que dirigir do lado esquerdo, lembre-se que isto é mais um dos legados britânicos além do fish & chips!

 
Em meio a paixão por bandeiras, fogos de artificio e catolicismo, os Malteses também amam crianças. Graças a isso, em momento algum houve qualquer constrangimento em relação aos nossos pequenos entes.
Vista de Sannat, a caminho do Kantra Lido, para uma vista espetacular
A maioria dos locais sempre tem uma palavra ou um gesto afetuoso para com eles, e nos restaurantes, por exemplo, ninguém faz objeção na presença de um ataque de birra ou feito qualquer comentário sobre a mesa bagunçada. Para comprovar esta teoria, basta contar a presença de tribos inteiras com punhados de filhos que elegeram Malta como o porto seguro aliado a um excelente preço-beneficio para deixar a solta seus adoráveis selvagens para construir castelos de areia  na concorrida praia de Ramla Bay, ou se esbaldar na água calmas de Santa Maria Bay, em Comino. Enquanto isso, os adultos aproveitam para se estatelarem nas espreguiçadeiras, debaixo de ombrellones - alugados, é claro, pela módica quantia de 5 euros por pessoa para um conjunto.

Praaia de Dwejra



Durante os seis dias de férias que passamos em Malta, a maior parte foi em Gozo, parcialmente devido a intenção de curtir um ritmo mais relaxado por viajar com crianças pequenas. Porém, além de passar parte do dia na praia ( ou no processo de procurar por uma,) ainda sobrava tempo para dirigir pela ilha e assim explorar ela inteirinha de oeste a leste, parando quando achamos que tínhamos algo interessante para ver, como vislumbrar as pedreiras próximas a baia de Dwejra. E embora a língua seja indecifrável, não é difícil se locomover neste cenário multicultural.


 Basta um mapa na mão e eventualmente o apoio  de um gps. Mas, mesmo que você entre na rua errada em algum canto ( acredite, isso vai acontecer mais de uma vez!) mais adiante acaba encontrando uma indicação para algum sito familiar. Então, mas não é qu se perder faz parte da diversão? Victoria, a capital, acabou virando nosso ponto de referencia nestes casos, embora dentro dela o  emaranhado de ruas do tipo labirinto pode deixar você zonzo.  De modo geral, as ruas de Gozo não foram projetadas para carros e algumas estão realmente em estado precário.
Brinquedos antigos

As nossas andanças nos levam ao museu privado liliputiano conhecido como Museu dos Brinquedos, em Xhagra, onde a novíssima geração pode ver de perto (e tocar) nas bonecas e jogos que  deixavam as crianças do seculo 19 felizes! as crianças almejavam lá atrás no seculo 19. Como turistas, nos comportamos como tal e fomo para a baia de Dwejra, reputada como a mais incrível ícone da natureza da ilha. Felizmente, chegamos antes do meio dia, para evitar a multidão.


 Ali, pequenos botes, manejados por um pescador de chapéu de palha , que leva um punhado de turistas de cada vez para dar uma volta de meia hora do outro lado de uma caverna: ali, as formações rochosas, os penhascos e grutas, conhecidas como  Inland Sea, o Azure Window e o Fungus Rock, fora inumeras esculturas naturais. O visual é indescritível, impressionante para qualquer pessoa que gosta de formações geológicas e podem ser vistos mergulhadores em todo canto.


Uma outra parada foi nas salinas de Xwieni, cujo impacto visual também é fotogênico. E não deixe de comprar alguns saquinhos de sal de algum dos vendedores locais. Também passamos algumas horas na famosa baia de Xlendi, onde a transparência da água é motivo para mergulhar e fazer snorkel. Há uma multitude de  restaurantes, barzinhos e lojinhas de turistas que atraem os visitantes na orla.


A minúscula ilha de Comino também consta da nossa agenda, porém ao invés de se juntar a grupos, alugamos a nossa própria embarcação para passar uma manhã inteira respirando o ar puro das águas fundas do Mediterrâneo. Novamente passamos ao largo das multidões e ancoramos antes das 10 numa baia protegida da Lagoa Azul, ícone local, e levantamos âncora assim que avistamos aquelas embarcações pululando de turistas. Ao dar a volta na ilha para admirar as formações rochosas, a ultima parada é na calmíssima baia de Santa Marija, uma praia semi selvagem  alinhavada por um águas límpidas, atmosfera tranquila e uma vista deslumbrante sobre os contornos da região do porto de Gozo. Só existe um hotel em Comino, mas só o recomendaria para alguém que quisesse passar férias maltesas inteiramente incógnito.
O porto de Gozo






Muito embora o arquipélago possa contar com tantos dias de sol por ano, ninguém visita Malta só para lagartixar na praia ou nadar nas águas translucidas. Desde civilizações neolíticas aos franceses, quase todas as raças e nacionalidades pisaram nestas ilhas. Os romanos, os árabes, os alemães, os espanhóis, os bizantinos e os fenícios - pode escolher a vontade - todos eles deixaram suas marcas ( boas ou ruins) na história maltesa.


Panorama que se destaca lá do alto de Sannat sobre Victoria





 

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