quinta-feira, 10 de março de 2016

Armani Hotel , Dubai, UAE

Superlativa em todos os quesitos, Dubai é a cidade mais badalada dos Emirados Árabes e surpreende os turistas pela grandiosidade e ecletismo de toda a sua infraestrutura de hospitalidade e  lazer

O gostinho do jeito Dubai de ser começa antes mesmo de embarcar no novíssimo B777-200 da Emirates: o passageiro das classes executiva e primeira têm direito a ser colhido em casa e levado por um carro e um motorista particular (impecavelmente trajado) até o aeroporto. A partir daí, é aproveitar todas as mordomias que, não apenas a companhia aérea privada, mas toda a infraestrutura turística grandiosa, foi colocada à disposição dos visitantes da maior cidade - e a mais badalada - dos Emirados Árabes.




Ao aterrissar no aeroporto  Internacional, o turista tem um primeiro impacto: o projeto é faraônico e ao mesmo tempo clean, qualquer saguão é impecável, luminoso, bem sinalizado e limpo até o último grão de areia. O revestimento é quase todo em mármore , há quedas d´água e escadas rolantes , largos corredores, espaços imensos e todos os ambientes têm um pé direito altíssimo. A impressão é de que tudo, literalmente tudo, brilha. E ainda surpreende na hora de embarcar: você pode se deparar até com palmeiras e jardinzinhos, pois algumas áreas do Duty free shop ( um verdadeiro shopping center, para definir com exatidão!)  são destinadas a relaxar...Relaxar como, se as centenas de lojas não fecham nunca, e como há vôos programados para decolar madrugada adentro, é comum ver o ambiente ficar abarrotado com milhares de turistas fazendo compras de "última hora"  às 5 da matina! Digamos que a sensação é surreal, pois parece que estamos em plena avenida Copacabana às 4 da tarde de um sábado!

Detalhe do shopping 


22 segundos para chegar ao topo!

Superlativa em todos os quesitos,  Dubai é uma cidade que oferece de tudo um muito. O seu shopping mall é o maior do mundo .  A torre Burj Khalifa, com 160 andares e 828 metros de altura, é o arranha-céu mais pertinho do céu que o homem já ergueu - pelo menos até hoje. Os aficionados da barganha podem perambular a vontade nos movimentados souks do ouro e das especiarias, que ficam encravados na parte "antiga" da cidade.   Quem quiser pode esquiar na neve o ano inteiro, pois mesmo que a temperatura externa esteja raspando nos 45º C, graças a um centro esportivo temperado para a prática de esportes de inverno : lá dentro faz menos qualquer coisa, tem pistas diferenciadas, o bondinho e mais os atributos todos que estão atrelados às diversas modalidades de atividades no frio. Milhares de visitantes se deliciam com estas atrações - sendo que a primeira, o Mall com 1200 lojas,  pode consumir uma semana inteira e muita poupança!

Se hospedar nesta cidade é a coisa mais fácil do mundo. E , por incrível que pareça, neste quesito, ninguém vai à falência - as tarifas  podem ser bem menos elevadas do que em muitas capitais europeias, por exemplo. Difícil é não ficar no embaraço da escolha: poucos quilômetros depois de se acomodar na limusine que o levará para o downtown, onde  pulsa o sistema nervoso de Dubai, já dá para ver edificações majestosas com flats de extremo luxo pululando lado a lado com dezenas de hotéis estrelados. Todos, quase sem exceção, são filiados às mais sofisticadas cadeias do planeta, e estão aninhados em invólucros estilizados para atiçar o nosso imaginário e fantasia. O impacto visual é garantido, e nem precisa entender de  arquitetura ou  ser fã de design para  ficar embevecido com os traços futuristas e ousados que despontam como uma miragem no horizonte. Aliás, se é para passar duas ou três noites do- jeito- Dubai- de- viver, porque não uma fusion entre três figurinos:  se acomode como um sheik no Armani Hotel.




Só tenho elogios a tecer. O contato com o cliente começa antes mesmo do check in. Assim que a reserva é confirmada, são enviados emails para saber detalhes pessoais, afim de atender às mínimas exigências.  A filosofia Armani é customizar , ou seja, personalizar a sua estadia. Para isso, criaram um personagem - real ! - que é o seu lifestyle manager, para descobrir suas tendências, gostos e preferências. Do travesseiro ao programa que deseja fazer, ele poderá se incumbir destas tarefas com antecedência. O hotel possui 160  suítes espalhadas em 11 andares do prédio mais alto do planeta, as menores com 70metros quadrados e todas com vista deslumbrante sobre o skyline, os jatos d´água dançantes da Fonte de Dubai e o horizonte enigmático. As cores que decoram o lobby e as acomodações seguem o padrão Armani, ou seja, tudo se enquadra nos tons pastéis. Os revestimentos, em seda, madeira e couro, obedecem estritamente ao conceito de estética da grife. Os lençóis são tão sedosos e o colchão king size tão macio que dá vontade de nem sair da cama. Ou, então, só se for para relaxar no spa. O hotel, inaugurado em 2010, ainda conta com vários restaurantes. Um é de comida italiana, o Peck,  com um jeitinho de delicatessen, e que,  por coincidência, está sob a gerência de um brasileiro. O Hashi é japonês, e conta com uma adega só de rótulos de sakê;  o Amal é especializado em comida indiana, o Lounge serve comidinhas leves e o Mediterrâneo é o que tem um ambiente mais refinado, com cardápio internacional.
lobby do Armani Hotel

Para quem não se contenta apenas com distrações singelas, é bom ter em mente que lá em Dubai eles endossam qualquer idéia de diversão, principalmente se ela for original. Quer conferir? Veja as atividades "bucólicas" ao ar livre, por exemplo. Que tal um passeio de segway pelo centro da cidade ou uma cavalgada no Parque Mushrif?  Isso sem falar nos programas extremos - como praticar um bungee jump no centro esportivo Gravity Zone ou tentar aprender a jogar polo montado num camelo... Quem estiver a procura de emoções fortes pode consultar o TIME OUT Dubai, que abrange todas estas sugestões. 

Entretanto, para o turista convencional, mais vale se atar ao leque de atrações únicas ou no mínimo inusitadas - a mais emocionante é certamente subir de elevador a quase mil metros de altura em 22 segundos e poder admirar o cenário surreal que se desprende de um icônico 126º andar.  Os desenhos geométricos que a gente enxerga lá do alto são um tanto mirabolantes.


Mesmo uma curta estadia em Dubai pode também render algo no plano cultural. Além de shows, vale se programar para visitar o tradicional bairro Bastakiya com casas típicas de outrora e construções rudimentares. Dá para chegar lá de táxi em cerca de 20 minutos, para quem sai do centro. Esta  antiga área de pescadores foi toda reformada e readaptada para dar lugar a galerias de arte, restaurantes e barzinhos ( sim, é permitido servir bebida alcoólica em alguns estabelecimentos públicos), além de b&b´s , pequenas pousadas descoladas que oferecem acomodações mais em conta do que seus mega concorrentes.  

Abra, típica embarcação

bairro Bastakiya, típicas construções antigas  preservadas

Não carecem de caráter, nem de aconchego, porém visam um tipo de público mais alternativo. De lá, basta dar alguns passos para se deparar com o canal, onde circulam as típicas embarcações populares, a abra. Faz parte do manual do turista detalhista querer experimentar o modo à la Dubai de se atravessar de uma margem para a outra em poucos minutos e por apenas 2 dirhams ( cerca de U$ 0,50) , sentado numa banqueta de madeira ao lado de uma dúzia de pessoas de todo tipo. Ali está retratado o perfil demográfico e filosófico de Dubai, onde convivem em harmonia os árabes, os hindus, os chineses, os ocidentais e os africanos.  E no meio deste pot-pourri de credo e cor, os turistas vão se imbuindo da cidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário